Há um lustro, neste digital noticiávamos sobre as dificuldades de vivermos as festas do Natal com umha certa coerência quanto a hábitos de consumo e respeito pola natureza e a cultura galega. Numha multiplicaçom exponencial da publicidade capitalista e dos seus valedores políticos, a compra de produtos supérfluos semelha virar obrigatória, mesmo para os setores da classe obreira com maiores dificuldades de chegar a fim de mês. Contra vento e maré, há porém setores do ecologismo e dos movimentos populares que questionam os excessos.

A inícios desta década, segundo informávamos no Galiza Livre, o consumo natalício do nosso país ainda estava por baixo da média espanhola, e se seguirmos os dados oferecidos por Cetelem, se cada espanhol gastava cada dezembro 648 euros em consumo extra, as galegas ficávamos em 330 euros, o que vinha a ser um 49% menos do que a média espanhola. Ainda com isso e contodo, a Galiza nom se livra dumha tendência comum a ocidente e à maior parte do mundo, com umha forma de consumo fundamentalmente centrada na compra de roupa e artefatos tecnológicos, e mediada polas áreas comerciais e a internet.

Umha festa pervertida

Num duro artigo publicado no Portal Galego da Língua, o pensador Victorino Pérez Prieto, dumha óptica de progressismo cristao, afirma que “o Natal perdeu a sua identidade e converteu-se numha caricatura esperpéntica do que foi na sua origem”, polo que nom deveríamos ter “nenhum interesse em “salvar” esse falso Natal que se converteu num insulto blasfemo para o Natal de Jesus-Cristo que ainda queremos celebrar muitos cristaos.” Para o colunista, as origens da celebraçom fôrom os dumha festa austera nos inícios da nossa era, e umha juntança familiar por volta das teses da “volta à pobreza” da comunidade franciscana, contra a corrupçom da Igreja oficial, justamente o contrário daquilo no que derivou o festejo.

Alternativas críticas

A inícios deste mês, um pequeno ato de protesto em Vigo punha o contraponto aos fastos publicitários com os que o conjunto da mídia promociona a atraçom turística das luzes de Natal ideada polo alcalde do PSOE, Abel Caballero. Chamadas pola Rede Social Galicia Sur, que engloba várias entidades contra a exclusom e em defesa dos direitos, várias pessoas organizavam um “círculo de silêncio”, forma de protesto que consiste em concentrar-se sem mover-se nem emitir consignas por volta dum problema social.

Os e as organizadoras assinalárom nesse dia na cidade olívica que “numha sociedade de hiperconsumo, comprar constitui um “ato político” que conforma o mundo que habitamos, consumir decide que planeta e que sociedade queremos.” A Rede Social adverte que “o nosso sistema sócio-económico bate de maneira maos gritante com os limites biofísicos do planeta e é fonte inerente de desigualdade e pobreza. Portanto é preciso mudar os nossos padrons de consumo e os seus estilos de vida associados.”

Açons possíveis

Precisamente com essa vontade prática, o ecologismo galego representado por ADEGA leva mais dumha década socializando decálogos de açom alternativa para sobreviver à vorágine consumista, e que consistem em dar pautas para poder celebrar um Natal com menos compras, menos esbanjamento energético, e maior potenciamento do produto local e das tradiçons galegas, entre as quais sobranceia o Apalpador, recuperado polo movimento popular em 2007.

Desde há mais de cinco anos ADEGA facilita online o manual “Por um Natal mais verde. Conselhos para nom consumir-te nas festas”. As ambientalistas assinalavam nele que nestes quinze dias de festejos o gasto de energia quotidiano -já de seu elevado- incrementava-se “por cima do preciso”, a produçom de refugalho é “exagerada”, e o incremento do transporte privado e de aviom agrava ainda mais o efeito estufa.

O colectivo socializa certos conselhos: a compra de produtos locais e de tempada, evitando o consumo de produtos de ecossistemas frágeis e afastados; o respeito a espécies como o acivro ou a xilbardeira, que ainda se arrincam para engalanar as moradas; o agasalho de animais ou plantas que nom procedam de espaços em perigo, e a compra de produtos autóctones etiquetados em galego. ADEGA recomenda também valer-se das redes e entidade de comércio justo e prescindir no possível das áreas comerciais.