A princípios deste mês, quase um cento de organizaçons e coletivos apresentavam um manifesto em que denunciavam a instalaçom indiscriminada de parques eólicos nas serras do norte da península, incluídos os montes galegos. Entre as organizaçons assinantes há numerosas organizaçons galegas.

No manifesto afirmam que a “cornija do norte tem sido historicamente fornecedora de energia e recursos naturais para os grandes centros de consumo: carvom, ferro e outros minerais, biomassa, grandes barragens que assolárom dúzias de aldeias, usinas hidráulicas e térmicas… sem falar das mais de 6.000 turbinas eólicas já instaladas desde Galiza até Euskal Herria” e que “umha verdadeira transiçom energética, ecológica e justa, deve radicar no aforro, na eficiência e nas pequenas e médias instalaçons de autossuficiência. Os megaprojetos só se traduzem em resultados econômicos grandiosos para os grandes complexos empresariais, os únicos capazes de realizá-los, e desestimulam e anulam pequenas iniciativas locais de autossuficiência e autogestom”.

Mas no manifesto nom chegam ao fundo da questom e nom mencionam que a dia de hoje a energia eólica produze apenas o 1 % da energia primária total e o que é ainda mais importante, na pratica nom vai ser possível ultrapassar o 5 % do atual consumo de energia primária.

A fraude da energia eólica

A cacarejada transiçom energética continua a abrir-se caminho. Se na semana passada alertávamos da fraude do chamado hidrogeno verde, hoje queremos chamar a atençom sobre a energia eólica.

A energia eólica, ou sendo precisos, a energia eléctrica produzida por turbinas eólicas, era desde há já várias décadas a grande alternativa às energia fósseis, por enquanto todos os estudos estabeleciam que no planeta se poderiam produzir de jeito rentável várias vezes a energia necessária para manter o nível de consumo atual pois estabeleciam um rango de potencial de 50 a 100 TW. Isto já era umha falsidade porque se obvia o feito de que a energia elétrica nom pode satisfazer todas as necessidades energéticas.

Em qualquer caso, no ano 2011 o grupo de estudos GEEDS (Grupo de Energia, Economia e Dinâmica de Sistemas) da Universidade de Valladolid publicava um estudo que desacreditava todos os estudos prévios. Este estudo patenteava que todos os estudos feitos com anterioridade sobre a questom partiam dumha premissa errónea, pois violava a primeira lei da termodinâmica. Violavam o princípio de conservaçom da energia (sic). Este estudo produziu tal polémica que os próprios autores publicárom um resumo num foro especializado para justificar as conclusons do estudo, o qual supujo um balde de água fria para os defensores da energia eólica como soluçom energética global.

O mesmo grupo de estudos revisou o documento inicial e a revisom ainda rebaixava ligeiramente as previsons de produçom. Além disso, outro estudo do MIT dava a razom ao GEEDS e apontava que a instalaçom massiva de moinhos provocaria o efeito bosque, polo qual o vento tenderia a passar por riba ou rodear os moinhos por causa da resistência que estes oporiam. A dia de hoje a tese principal do estudo foi acetada embora ainda se discuta sobre discrepâncias nos valores escolhidos dalguns dos fatores de reduçom. A conclusom final é que das turbinas eólicas poderá-se produzir como máximo o 5 % da energia primaria consumida a dia de hoje, percentagem ridícula.

Além do mais, a construçom, instalaçom e operaçom das turbinas dependem intensamente dos combustíveis fósseis.

O fundo da questom é que a energia eólica nom é nenhuma soluçom ao problema energético. Como acontecia com o hidrogeno verde, apenas é um jeito de tirar um proveito económico por parte de grandes grupos empresariais com a escusa da energia sustentável.