Princípios de Novembro. A imprensa refere umha intoxicaçom alimentária em várias Galinhas Azuis da Galiza, um total de nove. As ementas postas em dúvida continham peixe e as investigaçons iniciais falam de que se encontrárom níveis por cima do normal de histamina. A Xunta nom tem a gestom do serviço de jantar da escolinhas infantis Galinhas Azuis, entregadas a empresas privadas da restauraçom. No concreto, nas Galinhas Azuis o Consórcio Galego de Benestar adjudicou-lhe à empresa Freire Chico a sua gestom no ano 2009. Sem controlo público e com um produto de baixa qualidade a alimentaçom das instituiçons públicas periga.

O peixe da discórdia

A histamina é umha amina, um composto orgánico que produzimos naturalmente no nosso corpo ou que nos pode ser aportado desde o exterior. Está involucrada em respostas locais do nosso sistema imunitário. Umha das maneiras em que nos chega do exterior é através do que comemos. O peixe e a carne apresenta-na em valores por fora do normal quando entram em putrefacçom. Por isso a indústria alimentária tem na análise dos conteúdos de histamina dos alimentos um indicativo chave para saber do estado do mesmo. As investigaçons iniciais sobre a intoxicaçom alimentária nas Galinhas Azuis assinalárom que vários alimentos dos fornecidos pola empresa de restauraçom contratada pola Xunta continham níveis muito por cima dos permitidos de histamina. Assi é que as crianças experimentárom diferentes tipos de reacçons alérgicas.

Privatizaçom de serviços, pioramento dos mesmos

Hai casos em que as próprias instituiçons e administraçons públicas gestionam o serviço de alimentaçom. Acontece nalguns centros de educaçom, hospitais ou centros penitenciários. Destarte, a administraçom correspondente é a encarregada de verificar, através de diferentes protocolos, o estado dos alimentos que se servem. A Xunta tem um protocolo e normalmente envia inspecçons aos centros dependentes dela.

Apesar de que as empresas privadas também tenhem que operar com registos sanitários e normas de qualidade a presom é menor e ninguém repara na cadeia alimentária que tem que atravessar o alimento em questom até que chega à consumidora final. Nom se repara porque a maioria dos alimentos som comprados a empresas maioristas. Destarte, nom é difícil imaginar que um positivo em altos níveis de histamina seja provocado pola rutura do frio da cadeia alimentária. Desde a producçom dessa matéria prima até a empresa de restauraçom percorre um longuíssimo caminho.

A Xunta nom rompeu o contrato com Freire Chico, mas obriga-lhe desde este mês de Novembro a adquirir os seus alimentos no comércio de proximidade. Vai ser isso possível quando a lógica das empresas de restauraçom é a maximalizaçom dos benefícios?

O grande negócio da restauraçom colectiva

Freire Chico é a concesionária do serviço de jantar das Galinhas Azuis desde o ano 2009. A empresa conta com mais de 200 empregados e fatura anualmente entre 2-10 milhons de euros. Dentro do ramo, nom é das empresas mais grandes. Existe um processo de concentraçom de capital em umhas poucas empresas ( Serunión, Sodexo, Cantoblanco, por citar algumhas), embora continuem resistindo em diferentes contextos empresas de tipo local que ocupam umha importante quota de mercado.

Na Galiza, segundo estatísticas oficiais, existem mais de 20 000 empresas de restauraçom, das quais por volta de 500 tenhem registada como actividade o fornecimento e elaboraçom de comida ( catering). A emergência do sector, com umha economia terciarizada e turistificada como a que padecemos, é inegável. E boa mostra disto é que o Forum Gastronómico, que junta as principais empresas do denominado foodservice, restauraçom, manipulaçom e elaboraçom de alimentos, vai ter lugar por terceiro ano na cidade da Corunha. O espaço da feira viu-se incrementado com repeito ao ano 2017 até um 20%.

O Clube Greco, o grande maiorista que nos dá de comer

É um sector que nom deixa de crescer. Representava hai 25 anos apenas o 12% do mercado da alimentaçom, hoje supera o 30%. A indústria alimentária, perante estas cifras tam sedutoras, produz, oferece produtos específicos para o sector e, também, analisa e realiza campanhas de marketing e formaçom. Todo isto e mais é o clube Greco. Agrupa as principais marcas de producçom alimentária e fornecedora de matérias primas para o sector.

Elaboram análises económicos e tenhem como misom converter-se no motor do sector a nível estatal. Dentro do que denominam “soluçons culinárias” encontram-se todos os productos das suas marcas associadas que oferecem a seus clientes: as empresas de restauraçom e foodservice.

Lembra-o Veterinários sem Fronteiras em um monográfico que tirou do prelo em 2013 ( Compra pública en sistemas alimentarios locales). A questom de real importáncia é a producçom alimentária. Estima-se que mais do 80% da fruta e verdura que se serve por parte de estas empresas é adquirida a granel. A carne em canais em peças inteiras. Hai grande presença de alimentos processados, em embalagem … As empresas de restauraçom formam parte do penúltimo elo da cadeia alimentária e a adquisiçom do seu produto é feita em grandes empresas da alimentaçom e maioristas.

Desde a producçom do alimento até o seu consumo hai um total de oito passos: producçom, operardor logístico, fabricante, operador logístico, maiorista, operador logístico, empresa de restauraçom, pessoa consumidora. O mínimo que pode acontecer é que o peixe tenha altos níveis de histamina.

Regressar à gestom pública

Por isso hai umha pregunta no ar. É possível que empresas privadas concesionárias podam comprar no mercado local, tal e como obriga a Xunta a Freire Chico? Pode haver ponto de encontro entre a maximizaçom de benefícios e a qualidade alimentária? A CIG parece tê-lo claro e por isso exige que os serviços de restauraçom das administraçons em mao privada regressem à gestom pública, que é de onde nunca devérom sair.