Se o feito de estar preso supom um estigma social, no caso de umha mulher é-o com maior intensidade. A anti-mulher: a má filha, a má mae, a que foi polo má caminho. E se a isto lhe engadimos questons como a nacionalidade, a classe social ou a etnia, já temos um castigo ainda maior. Esta visom deturpada e tendenciosa das mulheres presas, fai que em geral, tenham menos visitas que os homens presos, e comparativamente sofrem com maior frequência situaçom de abandono por parte da sua família e achegados, “no entanto eles contam co apoio duradoiro dos seus familiares e companheiras, é habitual que o homem deixe de visitar a mulher que está presa, da que se desentende com bastante rapidez”, assinala o Coletivo Milenta, umha associaçom de mulheres de Asturies, que desde o 2010 deu forma ao projeto “Janelas ao exterior”, no que fam trabalho de intervençom no módulo de mulheres da prisom de Villabona.

Reduçom de módulos para mulheres

No ano 2018 havia contabilizadas arredor de 4400 mulheres presas nas cadeias do Estado Espanhol; por cada umha delas há 12 homens presos. Dos 70 Centros Penitenciários espalhados por todo o território do Estado, só três som especificamente para mulheres e nom chegam para albergar a todas as presas. Muitas estám dispersadas em módulos que “habilitam” dentro das cadeias masculinas, ali adoitam estar todas misturadas, sem fazer diferença entre presas preventivas, presas com condenas de longa duraçom, ou a classificaçom de cada umha em primeiro ou segundo grau; e isto a pesar de que separar à populaçom reclusa segundo o seu perfil social e criminológico é um dos princípios fundamentais do tratamento penitenciário.

Aliás, nos últimos anos estes módulos nas cadeias masculinas estám-se a ver reduzidos.

Atividades sexistas e precariedade das instalaçons

Estar repartidas em módulos dentro de cadeias de homens leva a que estas mulheres padeçam umha grande carência a nível de recursos e instalaçons. Em muitos casos, para que nom coincidam com homens nas atividades e talheres que organiza a prisom, nega-se-lhes o direito a assistir por “motivos de segurança”.

Por outra banda as atividades e talheres que se lhes ofertam a elas, salvo algumhas excepçons, som marcadamente sexistas, tal e como assinalam desde Milenta ”estám muito relacionadas cos cuidados, os trabalhos domésticos e os trabalhos manuais. Ademais, a oferta de talheres produtivos, por exemplo, é muito mais homogénea, escassa e está pior pagada em comparaçom coa dos homens, e de cara ao futuro, som muito menos práticos”.

Saúde

A assistência sanitária dentro das prisons é muito deficitária, mas no caso das mulheres isto agrava-se, dado que em muitas prisons nom há serviços de saúde específicos para elas, como pode ser um serviço de ginecologia.

Os módulos maternos, nos quais deveriam encontrar-se as mulheres grávidas e as mulheres com as suas crianças que nom superem os dous anos de idade, estám a ver-se reduzidos, o qual implica que muitas delas sejam dispersadas a outras prisons afastadas dos seus lugares de origem. Estes módulos nom estám adaptados nem para as mulheres grávidas nem para @s meninh@s. As megafonias a bourar, o formigom, a humidade, a falta de espaço, a alimentaçom deficiente, a falta de programas de atençom às crianças…

Também, como assinala Milenta, há que destacar o abuso alarmante da medicalizaçom por parte dos médicos das prisons, “sendo elas mais “emocionais”, devido aos estereotipes de género existentes, fai com que se receitem constantemente. Na cadeia abusa-se dos medicamentos”.

Escravas em prisom

Se antes assinalávamos que muitas mulheres em prisom ficam sós e sofrem abandono por parte da família, isto além de consequências psicológicas, também trai consigo problemas económicos, pois ao nom ter a ninguém que as ajude e lhe ingresse dinheiro desde fora, vêm-se na obriga de trabalhar na cadeia para subsistir e adquirir no economato ou demandadeiro qualquer produto que nom fornecer o Centro Penitenciário. Mao de obra barata para as grandes multicionais.

O Coletivo CAMPA (Colectivo de Apoyo a Mujeres Presas de Aragón), recolhia no seu web umha campanha feita em 2017 de maneira anónima que denunciava a situaçom de escravitude laboral em que vivem as mulheres em prisom, fazendo énfase na cadeia de Zuera (Zaragoza). Pretendiam com ela achegar a realidade laboral que vivem as presas que trabalhavam num talher produtivo dentro da cadeia, e que depois de 9 horas trabalhadas ao dia, de segunda-feira a sexta-feira, cobravam umha nómina de 121,53 euros a final de mês. O trabalho consistia em colocar as etiquetas de diferentes produtos das empresa Zara Home e El Corte Inglês.

Agresóns sexistas

A cadeia é um lugar opaco, polo que é muito complicado saber o que acontece do outro lado do muro. As presas, ao estarem, na sua grande maioria, numha situaçom de exclusom social, e ainda por riba com o estigma social que recai sobre elas, estám mais expostas a ser agredidas “as mulheres presas podem sofrer a violência sexista diretamente, através de tratos humilhantes e agressons físicas, ainda que sejam casos que poucas vezes saem à luz” assinalam desde Milenta, e agregam que “às mulheres presas exige-se-lhes mais docilidade e submissom que aos homens, polo que qualquer conduta rebelde ou que vaia contra a Instituiçom Penitenciária é sancionada com mais dureza”.