Há um fenómeno que nom se comenta muito nos ambientes soberanistas polo medo a sermos tachados de conspiranoicos. Porém, nas confianças íntimas das amizades prolongadas, agroma besbelhante em confidências e certezas. Jamais a imprensa galega se ocupou dele, quer por alinhamento com o regime quer por medo à desqualificaçom barata. Em troca, umha mínima pesquisa rigorosa oferece resultados abraiantes. Falamos dos instrusos nas organizaçons políticas, os visitantes sem passado que condicionam linhas e desordens para desaparecerem subitamente depois dum tempo. Decote esta escura manifestaçom foi associada ao independentismo polo nacionalismo institucional, quiçá para sentir-se ele seguro e integrado na normalidade “democrática” espanhola. Na realidade, percorre transversalmente todas as organizaçons soberanistas. Nesta viagem que iniciamos aqui, havemos debulhar casos de todas elas para o constatar. Começamos com a malfadada ANOVA e o caso Fran.

Em 2012, o Novo Proxecto Común atraiu a esperança e militância de grande parte do movimento 15-M e do independentismo até qualhar na fundaçom de ANOVA em junho desse ano. Decontado, Beiras chamou a aliar-se com a esquerda espanhola paras as eleiçons autonómicas e essa coaligaçom converteu-se em terceira força política com um discurso formalmente rupturista. Em 2013, a recém nada ANOVA celebrou a sua I Assembleia Nacional e, embora contasse com menos assistência que na fundacional, aparecérom novos rostos que aginha conquistárom relevância. Um deles foi o de Fran.

Fran apareceu na ANOVA de Vigo nesse 2013 atribuindo-se umha experimentada militância na CIG. Fontes do sindicato, pola contra, confirmam que jamais estivo nas suas ringleiras nem como filiado. Contodo, empregava umha veemência e umha radicalidade na oratória que aginha lhe valérom para coroar-se responsável local da organizaçom. Ninguém o conhecia de antes da sua apariçom. O seu traço mais característico constituía-o o uso continuado da sua câmara nas assembleias concentraçons. Fotografava todo e com o resultado desse trabalho achegava-se a quadros locais e intermédios enviando-lhes as instantâneas em mensagens através das redes sociais. Umha prática clássica para evitar suspeitas. Também se lhes aderia até a intimidade aos militantes de maior perfil independentista ou representatividade política, com perguntas sobre os presos independentistas e as suas opinions sobre a luita armada. Este facto e que sempre adotasse posiçons extremas nos debates com umha clara intençom tensante começou a erguer suspeitas e conduzírom à sua queda e expulsom. Assim e todo, continuou a atividade política até 2016 com restos do naufrágio de AGE e com o “ativismo vizinhal”.

Até aqui, todo poderia ser explicado como o percurso dum sociópata ou friki que ensaiou o seu momento de glória. Mas depois chegam os dados e todo se ensarilha até o aglaio. Resulta que, quando começárom as desconfianças sobre ele, companheiras trabalhadoras da sanidade comprovárom que nom tinha número da segurança social. Assim mesmo, o seu perfil de facebook nascera naquele mesmo ano 2013 e o seu único parente ali escrevia o seu apelido comum doutro jeito. Esse parente de nome anglófono, curiosamente, mantinha entre as suas amizades vários agentes de polícia que interagiam com ele frequentemente. Aliás, nom aparecia nengum dado em internet sobre Fran anterior ao 2013, salvo umha multa em Bilbo.

Em 2014, diante das desconfianças, partilhou nas redes duas necrológicas de sua avó anteriores à sua arribada em 2013. Porém, a ordem dos apelidos da falecida impossibilitava que fosse tal esse grau de parentesco, só poderia ser sua mae. Por cima, Fran aparecia com um nome composto, quando no seu carné aparece com um simples. O seu parente do Facebook também saía na necrológica como neto, ainda que a ordem de apelidos o figesse igualmente inverosímil. Para acabar de rematá-la, as esquelas continham dous tanatórios diferentes para o velório e, para colocar o ramo, o HTTP dumha delas expunha a data de publicaçom, o próprio 2014 e nom a do teorico passamento o ano anterior. Contodo, o mais impressionante estava por chegar. Na sua última etapa de agitador vizinhal cibernáutico, Fran tivo um preito menor por injúrias. Nada, para além dumha pequena multa à que foi condenado. Mas velaí que companheiras trabalhadoras dos julgados descobrírom que os seus dados eram reservados nessa pequena querela. Algo que só costuma acontecer com funcionários públicos em serviço.

Em 2016, Fran desapareceu do mapa após subir umha foto às redes com umha mulher grávida, desconhecida para os seus antigos companheiros de militância e com a que fora visto poucas vezes por Vigo. No retrato em que anunciava a paternidade, todos os gostos eram de parentes e amigos dela e só oito dos contatos de Fran procedentes em exclusiva do mundo político.

Nos últimos meses, volveu ser visto por Vigo passeando com a mulher e a filha. Umha companheira nossa trabou contato com Fran. Este manifestou-lhe que estivo ausente este tempo porque se embarcou na mercante, mas que agora trabalhava numha empresa química vinculada à automoçom, ainda que se negou a especificar qual e no sindicalismo do setor nom apareça o seu nome nem informaçons sobre ele. Ao pouco, quijo combinar a sós fisicamente com a nossa investigadora. Depois, cancelou todos os seus antigos contatos políticos do Facebook, a maioria, e iniciou umha série de mensagens com ameaças veladas mediante GIFs para ela. Mesmo a identificou em memes sadomasoquistas nos seu próprio perfil até que, por fim, fechou a sua conta no passado outubro. Um comportamento mui pouco habitual contra quem apenas lhe realizou perguntas mui simples.

Assim rematamos este primeiro caso da dorna do mistério e os red intruders que há continuar com outros do resto das organizaçons galegas. Fora de cavilaçons atoladas que puderem identificar o Fran com um infiltrado da polícia, preferimos sugerir que é um reptiliano ou um visitante extraterrestre. Ao cabo, assim, a Audiência Nacional nom nos há acusar de ir-lhe identificando a polícia política ao regime. Se o conhecedes e o vedes, lembrai o paranormal do assunto.