(Imagem de Joám Jesus no filme ‘O canteiro de Sebil’)

No vindouro domingo dia 13 de outubro, Causa Galiza organiza um roteiro homenagem a Joám Jesus Gonçalves, o canteiro, advogado, escritor e, por riba de todo, militante, que uniu criativamente o marxismo e o independentismo na década de 30. Será mais umha das mostras de carinho e reconhecimento popular a esta figura, nada em Cequeril (Cúntis), e que foi fusilada polos fascistas trás dirigir a resistência armada em terras de Compostela.

Causa Galiza convida ao historiador cuntiense Marcos Seixo, experto na figura de Joám Jesus, para fazer de guia pola sua comarca natal, e para situar historicamente o personagem. Seixo é autor do livro ‘A loita permanente de Xohán Xesús González’, que traceja umha biografia do internet. No cemitério de Cequeril, depois da marcha, realizará-se umha homenagem floral.

Há apenas duas décadas poucas galegas e galegos conheciam Joám Jesus e a Uniom Socialista Galega que capitaneou. O partido nasceu em 1932, editou um vozeiro chamado ‘Amañecer’, e levou à prática aquela síntese entre naçom e esquerda que floresceria com tremenda força trás a década de 60. Certamente a sua figura aparecia num dos poemas mais conhecidos da nossa literatura, e como tal abriu-se um oco na memória popular: ‘En Compostela soterraron a semente chamada Xohán Xesús González,/ porta dun futuro proletario que avanza cara nós con alboroto’, escreveu Méndez Ferrín em ‘Con pólvora e magnolias’. Esses versos aparecêrom entre as leituras obrigatórias de milhares de estudantes de bacharelato do país. Bastantes anos depois, Xohán Xesús González voltava às ruas, num início de maos dos centros sociais.

A memória histórica da Gentalha do Pichel

O veterano centro social compostelano, e em particular a sua activa comissom de memória histórica, editou dúzias de cartazes comemorativos de figuras da esquerda e o nacionalismo santiaguês, muitos deles apagados da memória pola força das armas e da censura. Foucelhas, Maruja e Corália, Puente Carracedo, e também Joám Jesus Gonçalves, decorárom as paredes de ruas e locais da capital. A Gentalha mesmo decorou com o rosto do canteiro umha das entradas do Caminho de Santiago.

O Úmia resgata o seu filho

Na década passada, o colectivo local O Fervedoiro vindicara o canteiro e dedicara umha completa exposiçom à sua figura. O relevo tomou-no na terra de Joám Jesus O Quinteiro do Úmia, ajudado por especialistas e vizinhos que o trataram a ele ou à sua família, levou a vida e o ideário emancipador do cuntiense ao audiovisual. ‘O canteiro de Sebil‘, combinando a divulgaçom com a pesquisa histórica, foi todo um sucesso do movimento popular desde a sua apresentaçom em Compostela no outono de 2017. Desde entom, o video expujo-se em várias comarcas do país, e hoje está libertado na rede.

Exposiçom realizada polo colectivo ‘O Fervedoiro’ em recordo do canteiro

A Uniom Socialista Galega, também no norte

Ridiculizada pola historiografia oficial -como em geral todo o arredismo-, a Uniom Socialista Galega foi-nos sempre apresentada como um partido minúsculo, relacionado com veleidades pessoais e confusons ideológicas próprias daqueles convulsos tempos. Na realidade, a USG participou de conflitos sectoriais, encontrou-se com o movimento obreiro, e deu mártires para a Galiza em pontos tam distantes como Compostela ou a Marinha.

Em Janeiro de 2018, vários colectivos marinhaos homenageavam em Mondonhedo Siervo González Rivas, Graciano Paz Amieiro e Manuel Rodríguez Núñez. Os dous primeiros participárom do independentismo socialista da USG e também da CNT. A vizinhança lembrou-nos no cemitério há quase dous anos, e historiadores como Eliseo Alonso e Xosé Ramón Hermida glossárom as senlhas tradiçons políticas das que bebiam.