A passada sexta-feira 13 de Setembro, Loureda, o lugar de Ordes onde Carlos Calvo tem a casa familiar, enchia-se de forasteiros e de festa. Um dos seus vizinhos mais queridos regressava após sete anos de cadeia e dispersom com 4 em isolamento. Por fim rematava a sua condena. Atrás ficavam os cárceres Soto del Real, Aranjuez, Topas, Valdemoro, Navalcarnero, Estremera, Villabona e Teixeiro. Atrás, os 17 cacheios com espido integral que sofreu nos dous primeiros anos de prisom e que até a Audiencia Nacional espanhola achou “arbitrarios e injustificados”.

Carlos fora detido o 15 de Setembro de 2012, com 24 anos, acusado de pertença a banda armada, a recorrente Resistência Galega das fábulas policiais. A Audiencia Nacional espanhola presidida por Grande-Marlaska condenou-no a 12 anos de prisom, que fôrom rebaixados a 7 polo Tribunal Supremo em 2015 diante da fragilidade das acusaçons. Porém, nesse mesmo ano, numha nova tentativa de lhe aumentar a condena por parte da Audiencia Nacional, ainda baixo a presidência de Grande-Marlaska, foi acusado de colocar um explosivo num caixeiro de Vigo em Outubro de 2011 que finalmente detonou a polícia. Curiosamente, a prova para o incriminar era a apariçom dum anaco do seu carné, cujo roubo o próprio Carlos Calvo denunciara meses antes. Mediante a achega de mensagens enviadas nessa data por Carlos desde Lugo, estava na festa do Sam Froilám, a defesa deu derrubado a montagem. Mas a intençom e a mecánica incriminatória do regime espanhol contra o independentismo ficara ao descoberto.

Ao longo destes anos, Carlos contintuou a escrever. O jornalista do Novas da Galiza e do antigo Galiza Livre seguiu a publicar artigos no seu blogue De Volta para Loureda, mas também no Sermos Galiza, no Praza ou no Portal Galego da Língua. De facto, mesmo tirou do prelo os seus Diários do cárcere na editorial Através em 2015. Em 2018 iniciou umha nova empresa, o blogue centrado na toponímia da sua bisbarra Aldeias de Ordes. Os desenhos que sempre acompanhavam as suas cartas desde a cadeia percorrérom o país numha exposiçom também em 2015. Em 2018, apareceu na exposiçom de fotos de presos políticos no Estado espanhol do artista Santiago Sierra, que ARCO mandou retirar.

Esta segunda-feira 16 de Setembro, Carlos voltou publicar pola própria mao na sua página de Facebook este post:

“A liberdade, afinal, era que cheirava a erva recém segada em Loureda. Sinto-me abrumado e cheio de agradecimento a tanta gente que durante tanto tempo me deu tanto amor. Muitíssimas graças a tod@s, muitíssimas graças por tudo; vós sodes independência e socialismo. Também, a lembrança constante nos que continuam dentro (Raul, Teto, Hadriám e todos os demais) e que temos que libertar. Abaixo os muros das prisons!”