No passado dia 19 de janeiro de 2019 apresentou-se na Lila Libraria de Mulleres o Protocolo contra as Violências Machistas nos Movimentos Sociais.

Este documento foi elaborado por um grupo de ativistas feministas tendo em vista criar e difundir umha ferramenta de análise, prática e intervençom para os movimentos sociais agirem face a situaçons de violências machistas que aconteçam entre as suas filas. Elaborou-se a partir do Protocol per a la prevenció i abordatge de les violències masclistes als moviments socials do Moviment Popular de Sabadell, mas foi adaptado à realidade dos movimentos sociais galegos.

É um documento de trabalho que define de que estamos a falar quando falamos de agressons e violências machistas e que orienta nos passos a dar para os movimentos  prevenirem, identificarem e eliminarem as diferentes formas de violências machistas e as suas consequências.

Um dos elementos que carateriza este documento é que  nom estabelece uma classificaçom entre violências “mais graves“ e violências “menos graves”,  mas centra a atençom nas sequelas psicológicas, físicas, sociais e económicas da violência, nas consequências da violência para a pessoa agredida. Daí a distinçom entre picos de violência (em geral mais fáceis de identificar e denunciar) e exemplos de violência quotidiana, direta, mais normalizada e difícil de assinalar. Insiste-se, portanto, em que “nom há violência pequena ou sem importância: as agressons som diluídas na quotidianidade, normalizadas […], mas isso nom elimina a sua natureza de violência e agressom. Som agressons estruturais que permeiam toda a nossa vida, polo medo que nos provocam, pola vergonha que sentimos de contar, por causa das reaçons ainda mais agressivas que sofremos quando pedimos reparaçom, por causa do desconforto difuso que vivemos no dia a dia”.

Ainda que se trate de um documento em construçom, a testar e a adaptar às diferentes realidade dos movimentos sociais, é também um documentos de mínimos, quer dizer, nom se poderá aceitá-lo desvirtuando o seu conteúdo, minimizando ou eliminando partes do mesmo. Como se lê no documento: “Apesar de nom ser um ‘ponto de chegada’ na reflexom feminista sobre a prevençom e eliminaçom de violências machistas, deve servir para continuar no debate e para criar cada vez mais espaços livres de violências machistas”.

Os movimentos sociais interessados em adotar o protocolo tenhem, em primeiro lugar, de validar o seu conteúdo e as atuaçons que propom, além de se responsabilizar coletivamente pola formaçom e intervençom em violências machistas. Neste sentido, “dar legitimidade ao próprio protocolo é já em si umha açom preventiva das violências, pois implica começar a criar umha cultura de nom tolerância em relaçom a estas e gerar ferramentas para intervir de forma precoce, tentando evitar assim um aumento das mesmas“.

O texto íntegro do Protocolo pode ser consultado em: http://reviradafeminista.com/biblioteca/

Para entrardes em contato com as companheiras que elaborárom o documento, esclarecerdes dúvidas ou pedirdes aconselhamento, podedes escrever para: contraasviolenciasmachistas@tutanota.com