A cidade de Lugo tem um novo cabeçalho. No dia de onte tivo lugar o lançamento da recadaçom de dinheiro para o novo projecto jornalístico que está em andamento na cidade das muralhas. Pensa Lugo, nas palavras das pessoas promotoras, pretende ser um jornal que debulhe o dia a dia “ sem presons financieiras, nem dívidas nem presons institucionais”. Precisamente o contrário à midia empresarial e maioritária.

Com umha imagem gráfica impecável e umha campanha de arrecadaçom de fundos em Goteo acaba de nascer o cabeçalho Pensa Lugo. O grupo inicial do projecto informativo entende que vém a cobrir um espaço que nom existia: o local. A nível galego estám o Novas ou El Salto na sua ediçom galega, mas no local nom existem cabeçalhos semelhantes. As pessoas promotoras no vídeo de lançamento do projecto asseguram que existia umha necessidade latente. É a necessidade dos tempos em que vivemos, pois segundo Pensa Lugo “ hai muita informaçom, enquanto os conteúdos de verdade resultam inaccesíveis.”

Sem subvençons

Definem-se como um meio autónomo, sem mais achegas de dinheiro do que as subscriçons, pequeno comércio ou cooperativas. Umha das perguntas que lançam na sua página web é se os meios informam ou desinformam. Num panorama mediático como o que existe, untado polo poder através de subvençons milionárias, os meios alternativos e de base tenhem por diante um grande desafio. Na cidade de Lugo, marcada mediaticamente nos últimos anos por processos judiciais que debuxam um panorama de máfias e corrupçom política de alto nível, a populaçom apenas conta com o cabeçalho impresso local de El Progreso. Este cabeçalho, que se apresenta como diário “lider de Lugo y su provincia”, recebe anualmente da Xunta umha quantidade de dinheiro nada discreta: 135 000 euros no ano 2016. Se o compararmos com o dinheiro recebido por Radio Lugo ( 56 euros) ou polo Sermos Galiza ( 1200 euros) faremo-nos também umha ideia da sua linha editorial ou de a quem devem obedecer.

Campanha em Goteo e concerto de lançamento

O pub Clavicembalo da cidade lucense foi cenário de um concerto com artistas locais para colher fôlegos iniciais. Para além disto, ao dia seguinte, as promotoras lançárom umha campanha em goteo com o intuito também de ir somando dinheiro para materializar e assegurar o projecto. Na sua página web está disponível toda a informaçom e também umha primeira maqueta do jornal.

Lugo, a cidade discreta que se move

Na Galiza maioritariamente o protagonismo mediático e de acontecimentos estivo sempre da mao de Compostela. Mas hai algo que está a mudar nessa correlaçom. Vilas e cidades que hai anos passavam mais desapercebidas estám a colher protagonismo. Lugo leva anos a fio tecendo umha rede associativa nada pequena. Desde a inicial Cova da Terra ou bares afins da zona velha, passando polo extinto Alto Minho de principios de 2000 o movimento lucense e os seus lugares de encontro foi-se fazendo mais complexo e amplo. O independentismo organizado e associaçons afins convivem em vários espaços com o nacionalismo e com o anarquismo. Hai projectos separados, desde o Centro Social Madialeva, Vagalume, Cultura do País… mas também muitos espaços de confluência: Magusto e Lume Novo associativo, Lugo Feminista… Umha rede ampla que se vai configurando através do tempo e que obtivo umha vitória resenhável recentemente protagonisaza pola Plataforma Lugo Sen Mordazas: conseguírom que a alcaldia reelegida do PSOE nom tramitasse a ordenança municipal. Pensa Lugo tem muito trabalho por diante.