As seleçons galegas, feminina e masculina, participarám do Campeonato do Mundo de Futebol Gaélico (GAA World Games) que decorrerá desde o 28 de julho até o 2 de agosto nas cidades de Waterford e Dublim, na Irlanda. As equipas nacionais competiram junto a 85 seleçons e mais de 1200 jogadoras/es de todas as partes do mundo na liga “Native”, formada por equipas de origem nom irlandesa.

A inauguraçom do campenonato celebrará-se hoje às 19:30 h. em Waterford; ato que se poderá seguir desde o seguinte canal oficial: Gaélico Galego. Os primeiros jogos serám disputados na próxima segunda-feira, 29 de Julho, contra a Bretanha, no caso da seleçom feminina; e contra Argentina, no caso da masculina.

As nossas seleçons já se encontram em Dublim, após receberem uma calorosa despedida no passado dia da Pátria, no Festigal. Aproveitamos esta data sinalada para entrevistar a jogadora premiada com o galardom MVP (most valuable player) no último campeonato europeu: Uxía, do Estrela Vermelha.

Uxía com os troféus de melhor jogadora e de melhor seleçom europeia

No ano passado a seleçom galega feminina ficou em primeiro lugar no Campeonato Europeu e a masculina em segunda posiçom. Que expetativas tendes para este torneio mundial?

Este torneio vai ser muito mais complicado que o de Europa porque as equipas dos USA, do Canada e do Reino Unido levam jogando muitíssimo tempo, de facto algumas som filhas de famílias irlandesas emigradas e levam jogando toda a vida, desde as categorias infantis. No caso das galegas, procedemos doutros desportos: futebol, basquetebol ou andebol. Portanto, ao que aspiramos seria chegar à categoria senior desde o mesmo desporto e para isso é necessário criarmos uma base para conseguirmos ainda um maior nível. Ainda assim, vamos fazer todo o possível, competir com todas as equipas e a ver onde chegamos.

Como foi a preparaçom para este campeonato?

Estivemos adestrando durante todo o ano com convocatórias mensais ou bimensais e fazíamos provas físicas, adestramento tático e técnico e agora levamos três meses adestrando três dias por semana. Penso que levamos a equipa mais potente que existiu até o presente.

Treino da seleçom galega feminina de futebol gaélico

A seleçom galega de futebol gaélico tem apoio institucional para o desenvolvimento da sua atividade desportiva? No caso de existir, como o valoras?

Nós desenvolvemos a nossa atividade graças a Associaçom de Futebol Gaélico e a Federaçom de Futebol Galega. Como jogadoras foi paga a viagem e a estadia por estes organismos, no entanto temos outras necessidades como campos de futebol em Compostela para adestrarmos. Atualmente temos que ir fora da cidade porque fecham todos os campos municipais nesta época do ano. Para além disto, também necessitamos duma maior difusom por parte da RTVG e de meios escritos, e ainda mais no caso feminino porque existe uma menor visibilizaçom do nosso contributo como mulheres no âmbito desportivo.

Que significa para ti defender as cores nacionais?

Para mim é um grande orgulho poder defender ao meu país, Galiza, num campeonato do mundo e ainda mais fazê-lo num desporto como o futebol gaélico.

Como valoras a expansom do futebol gaélico nos últimos anos na Galiza?

Está a ter muito sucesso porque chegou há dez anos aproximadamente e atualmente temos catorze equipas na liga masculina, oito na feminina e na Liga Gallaecia (de carácter misto) oito também. O facto de estarmos a competir a alto nível é indicativo do que têm melhorado todas as ligas nos últimos anos. Há seleçons como a francesa que leva 20 anos competindo e nós, apenas com cinco anos, fomos capazes de ganhar o campeonato europeu, temos um grande nível na Galiza.

Treino da seleçom galega masculina de futebol gaélico

A vitalidade do movimento feminista fai com que na Galiza houvesse um debate em relaçom às normas de carácter diferenciado para homens e mulheres. Acontece o mesmo nas competiçons internacionais como a do próximo mundial? Existem diferentes normas em funçom do género?

Na Irlanda têm normas diferentes para homens e mulheres (a categoria mista nom existe, como na Galiza). Por exemplo, os rapazes têm que pinchar a bola ao levantá-la do cham e as mulheres podem apanhar a bola diretamente do cham; nos jogos de rapazes também se permite mais contacto do que nos jogos de raparigas. No caso da Galiza estamos a mudar isto para fazer que as normas sejam iguais, independentemente do género.

Jogadoras da seleçom galega feminina

Guarda redes: Silvia (Touronia), Defesas: Albilla (Fillas), Ánxela (Estrela), Lucía (Estrela). Médias defensivas: Lorena (Herdeiras), Alba (Auriense). Médias ofensivas: Eva (Fillas), Nercellas (Herdeiras), Naza (Herdeiras), Carme (Keltoi). Avançadas: Uxía (Estrela), Leti (Fillas) e Loles (Turonia).

Jogadores da seleçom galega masculina

Guarda redes: Mancu (Irmandinhos). Defesas: Álex (Irmandinhos), Yupe (Irmandinhos), Bermejo (Estrela). Médios defensivos: Panzu (Irmandinhos), Jacobo (Auriense), Adriano (Estrela). Médios ofensivos: Álex. C (Estrela), Santalla (Herdeiros), Tomás (Keltoi), Gorri (Irmandinhos). Avançados: Julián (Fillos), Víctor (Fillos) e Couso (Estrela).