Desde a criaçom de Google Maps, Earth ou Street a observaçom das ruas, as parcelas, árvores e demais paisagens está ao alcanço da mao de todas. O projecto de Google estivo financiado desde o seu início polo programa In-Q-Tel da CIA. Podemos considerá-los como os inícios do que hoje se nos avizinha com a popularizaçom do 5G. Esta nova tecnologia apoia-se na informaçom satelital e o seu cruzamento com outro tipo de dados. Umha prática que lhe permite a empresas do ramo saber qual vai ser a colheita de milho antes de a colheitar ou se China tem ou deixa de ter mais ou menos barrís de crudo. É espionagem desde o céu e influe na nossa agricultura e na nossa vida.

No ano 2010 estima-se que já a Uniom Europeia efectuou o 70% das inspecçons agrárias que deve fazer através de satélites. Desta forma comprovam se a pessoa labrega prantou o que declarou em hectares, o uso que fai dos resíduos ou as cabeças de gado que tem. Polos vistos as administraçons pretendem aforrar custos ao nom terem que apresentar nas granxas pessoas para realizar as inspecçons. As versons oficiais sempre escondem por detrás mais negócios. Para além do dinheiro que as empresas de dados arrecadam com estes programas de cruzamento por parte das administraçons e particulares que as contratam, estám os dados propriamente ditos que, com certeza, som de interesse para governos e serviços de informaçom mundiais.

Na Galiza várias empresas começarám também

Com este objectivo hai desde o presente ano um projecto piloto nas quatro “províncias” galegas para efectuar os controis de superfícies e de condiçons da Política Agrária Comum. Imagens por satélite e drons serám as fontes de imagens para o devandito projecto. Leva o nome de Primare, inspecciones inteligentes avanzadas e tomará imagens captadas polo satélite Sentinele. A empresa Seresco, Proyestegal e Gradiant som as empresas adjudicatárias do novo negócio.

Sentinelas celestes

A escritora e especialista em jornalismo tecnológico Marta Peirano vém de advertir do ponto ao que podem chegar as empresas de compra-venda de dados nestes níveis. No seu livro de recente publicaçom El enemigo conoce el sistema relata como várias empresas cruzam dados procedentes de satélites com dados climáticos ou dados de pesquisadores como o Google. O resultado desta mistura é a mesma predicçom de futuras colheitas ou a espionagem directa do total de parcelas cultivadas em cereais por parte de determinadas empresas. Como resultado destas innovaçons tecnológicas produce-se umha espécie de “guerra” entre as empresas que compram os dados para poder melhor competir ou influir nos mercados.

A autora coloca diferentes exemplos do que comentamos. A empresa Orbital Insight amiúde adverte de que a China tem ou deixa de ter os barris que na realidade declara. As predicçons de Descartes Lab, umha outra das citadas empresas, som melhores que as dos ministérios da agricultura dos estados, analisando as imagens dos satélites quase minuto a minuto. Tanto que até podem chegar a estimar os níveis de clorofila através da visom espectral dos mesmos. Sabem o que planta cada agricultor ou agricultora do mundo e somam esses dados aos que já tenhem. Isto permite-lhes fazer predicçons de colheitas e poder adiantar-se à competência.

Colheitas promocionadas por serem mais fáceis de vigiar

Também nos aponta umha curiosidade que confirma e revela a querência das empresas e administraçons por determinados cultivos. Tal é o caso do milho. Polos vistos este cultivo é interessante do ponto de vista da vigilância porque os campos de milho som grandes, o milho tem um crescimento lento e, aliás, nom se move. É um cultivo favorável à tecnologia.

Neste mundo globalizado e hipervigilado em que vivemos, até o último grau de palha está suspeito de entrar na peneira do olho que todo o vê…