Enquanto a rede expande os seus domínios em todas as ordes da vida, também o fam as tentativas empresariais e estatais por controlar-nos. Segundo advertem colectivos em defesa dos ‘direitos digitais’, aplicaçons de espionagem desenhadas por corporaçons israelis para combater a resistência poderiam afectar também as nossas vidas.
A empresa NSO Group começa a ser familiar para as pessoas interessadas em direitos civis e segurança informática. Fundárom-na dous militares israelis em 2010 e desenhou o programa Pegasus. Como acontece em muitos tempos e latitudes, as refinadas técnicas perfeiçoadas para combater movimentos subversivos derivam em projectos empresariais que se lucram do controlo da cidadania. Hoje, e segundo apontam fontes tam diversas como Amnistia Internacional, jornais como ‘The Guardian’ ou ‘La Jornada’ mexicana, Pegasus serve para aceder a SMS, correios electrónicos, contactos, fotos, videos, e conversas em Instagram, Whatsapp ou qualquer rede social.

Origem militar


Empresas como NSO Group ou a também israeli Black Cube acumulam denúncias de organismos internacionais diversos. Entre vários casos sonados, fôrom acusadas de controlar os opositores a Kabila na República do Congo, ou de coaccionar feministas do movimento #metoo por encargo do produtor Harvey Weinstein, um conhecido depredador sexual. Também Black Cube estivo no ponto de mira dos defensores dos direitos civis em Hungria trás ter coaccionado ONG que supervisavam os processos eleitorais. Recentemente, Amnistia Internacional denunciou NSO Group trás receber um ataque informático desta companhia.

Dirigentes de ambas as empresas procedem do exército israeli, quiçá o mais avançado do mundo em técnicas de controlo telemático da populaçom, defensor confesso dos maus tratos e os assassinatos selectivos.

O escándalo mexicano


A imprensa internacional desvendou que Enrique Peña Nieto, presidente mexicano de 2012 a 2018, mercara Pegasus por 80 milhons de dólares. Até nove jornalistas foram atacados por este ‘malware’ espia, num país, recordemos, onde é relativamente habitual a morte de jornalistas ou estudantes dissidentes a maos de forças policiais. De feito, parte das intervençons de Pegasus levárom-se adiante contra jornalistas que deitavam luz sobre a morte violenta de 43 estudantes em Guerrero em 2014.

Lucros crescentes


Depois de várias reviravoltas no mundo financeiro, NSO Group quotiça em bolsa com o valor de 1000 milhons de dólares. A espionagem digital é um negócio em auge nos tempos do big data e a luita por umha nova hegemonia mundial entre a China, a Rússia e os USA. O banqueiro británico Stephen Peel, através de Novalpina Capital, é o proprietário actual da empresa, e está a acometer um esforço sério por lavar umha imagem tam lixada.

E na Galiza, que?


Desconhecemos o uso de Pegasus no nosso contorno geopolítico, mas resulta evidente que um novo campo de vulneraçom de direitos abre-se diante dos nossos olhos. À margem da repressom legal que a militáncia galega conhece, fundamentalmente dirigida pola Audiência Nacional de Espanha, começa a despontar umha repressom alegal ou directamente ilegal pilotada por grandes corporaçons internacionais, por vezes aliada com Estados, em outras ocasions com grandes companhias. ‘Financial Times’ revelou que um buraco de segurança de Watshapp permitiu a intervençom de Pegasus sobre telefones móveis, cujos conteúdos totais ficavam em maos dos espions. Os aparelhos funcionavam também como gravadoras ao antolho dos utentes do Pegasus.

Esta nova modalidade repressiva e de controlo condutual basea-se na acumulaçom dos detalhes mais nímios do comportamento social, político e íntimo das pessoas, para fazer que o seu comportamento seja predizível e, ao cabo, dirigido.