As agressons ambientais que estám a padecer os nossos montes com motivo da recente aprovaçom do Plano Eólico da Junta som numerosas. Tanto, que custa ao movimento popular fazer seguimento e denúncia da desfeita em andamento. Neste portal tencionamos modestamente, em anteriores ocasions, dar conta do viçoso movimento popular que pom o contraponto ao saqueio de recursos.

Desta volta, temos que dar umha notícia positiva: mais umha prova de que a auto-organizaçom e a pressom do movimento associativo pode -quanto menos- enfrear a maquinária da desfeita. Com motivo dos protestos ecologistas, a administraçom viu-se obrigada a paralisar as obras que ameaçam a Serra do Iríbio, porta do Courel. Este cordal é parte do sistema de cadeas montanhosas que abrem passo às serras orientais galegas, e tem um valor especial na cultura popular e letrada. Foi cantado por poetas como Ramom Cabanilhas, Fiz Vergara ou Uxio Novoneyra.

A prática da impunidade, típica do bloco político e empresarial que se lucra das riquezas colectivas galegas, leva em muitas ocasions a nom cumprir nem os mínimos requisitos legais. Assim aconteceu neste caso entre os concelhos de Triacastela e Samos, onde a empresa Fergo Galicia Vento pretendia executar umha obra sem permisso.

A irregularidade foi assinalada por colectivos como Adega ou Sociedade Galega de Ornitologia, e a sua denúncia permitiu umha trégua neste espaço natural enormemente castigado.

Celebraçom e reinvindicaçom a um tempo

No passado dia 22, um amplo conjunto de colectivos, entre os que se encontrava a entidade local Associaçom Cultural O Iríbio, convocou as pessoas sensíveis com o nosso património nos cúmios do Iríbio. Lá, vírom com os seus próprios olhos como a própria administraçom pom em perigo umha zona que ela mesma cataloga como de especial protecçom: Lugar de Interesse Comunitário, Zona de Especial Conservaçom dos Valores Naturais, parte da Rede Natura e do ZEC Ancares Courel ; em todas essas categorias entra a Serra que hoje se ameaça, precisamente nuns dias em que transcende o potencial ‘valor turístico’ da área como um dos hábitats do recuperado urso pardo.

Aliás, e como acontece em todo o território galego, os valores ambientais a defender aparecem entretecidos com os históricos e culturais. Polo Iríbio passa um treito do caminho real que vai de Vila Franca do Berzo a Monforte, que precisamente foi seriamente danado polas máquinas. Perto do território das obras topa-se também a Medorra do Fial, resto de tempos megalíticos.

Os colectivos convocantes celebrárom a paralisaçom temporal das obras, mas a um tempo chamárom a continuar a pressom popular para conseguir o definitivo bloqueio dum plano lesivo. É por isso que a vizinhança da zona, com o apoio dos colectivos nomeados, convocou antes da subida ao monte senlhas concentraçons diante dos concelhos de Samos e Triacastela. O objectivo, que resulta factível, é impedir que as cámaras concedam licença municipal de obras à empresa Fergo Galicia Vento.