No ano 2016 com o visto bom das Instituiçons Penitenciárias do Estado espanhol realizou-se em Huelva e Córdoba um experimento ideado por vários professores da Universidade de Califórnia e da Universidade de Huelva. Apesar das poucas evidências científicas, o Estado permitiu que tais « científicos » submetéram a electroshocks a vários presos considerados de extrema perigosidade. Parez um filme de ciência ficçom ou umha viagem no tempo devido ao rudimentário do método, mas aconteceu nas prisons de Espanha.

Tal experimento realizou- se na sua primeira fase nas prisons de Córdoba e Huelva, mas foi paralisado finalmente por Instituciones Penitenciárias ao transcender os detalhes do mesmo. Por sua vez, o defensor do povo de Andalucia avalou esta decisom. Este organismo abriu de ofício umha investigaçom pouco tempo depois de se conhecer que váruios presos desses penais fôram submetidos ao citado experimento com electro-estimulaçom. Umha das argumentaçons que o Defensor apontava no seu escrito era que as pessoas presas nom eram livres para dar ou nom o seu consentimento ao experimento.

Tal experimentaçom consistia em expôr aos presos a diferentes perguntas que criassem neles determinadas situaçons psicológicas. A continuaçom eram estimulados com electricidade numha área do cérebro supostamente relacionada com a agressividade. Depois da estimulaçom eram perguntados novamente.

A segunda fase do experimento foi aprovada em Janeiro e estava pendente de iniciar-se no passado mês de Março.

Experimentaçom com pessoas presas, longa tradiçom ignorada

Pode resultar surpressiva a notícia, mas estamos perante umha realidade denunciada por movimentos de defesa de pessoas presas em várias ocasions. Um abuso constante de psicotrópicos sem pauta algumha ou a própria desatençom médica de doenças graves som umha realidade quotidiana que originam umha grande indefensom. A própria instituiçom penitenciária está plantejada como um grande centro experimental e de observaçom com o triunfo do modelo panôtico de Bentham.

A observaçom e espionagem psicológica, regulada e legalizada nos ficheiros de especial seguimento (FIES) é umha das patas fundamentais do sistema penitenciário espanhol. Aplicado a dissidência política e pessoas presas consideradas de « alta conflitividade » permite que o pessoal penitenciário jogue a nível psicológico com a presa. Recabam-se dados de comportamentos, amizades, perfis psicológicos… todo para oferecer um suposto « tratamento penitenciário » adequado. Na realidade esses dados som utilizados para punir.

Estimulaçom eléctrica ? Pavlov ainda vive nas universidades espanholas…

A experimentaçom psicológica tem umha longa tradiçom na utilizaçom de estímulos eléctricos, sobretodo aplicados a animais. A típica imagem de um laboratório de psicologia com gatos e ratos presos e objecto de estimulaçom eléctrica é matéria de estudo por parte da psicologia da aprendizagem ou da motivaçom. Esses estudos em animais tenhem como intençom conhecer diferentes aspectos da conducta humana. Os animais som empregues por questons éticas.

Pavlov foi um dos pioneiros do uso da estimulaçom eléctrica no seu laboratório. Também do uso de umha cánula inserida na boca de um cam para verificar a sua resposta ( salivaçom) depois de oferecer-lhe comida. É o que se conhece como condicionamento clássico. Esta linha experimental foi continuada por Skinner e a sua conhecida caixa onde lhe oferecia prémios e castigos em forma de shock a um rato. Skinner formulou o condicionamento operante influido por Pavlov e o seu condicionamento clássico. A base destes experimentos e o seu resultado ou translaçom à vida prática, é que as conductas se modulam com prémios e castigos. O conductismo, como bem estamos a comprovar, está tristemente mui vivo. E apontamos tristemente porque a visom conductista-experimental é excesivamente fechada, biologicista e personalista. O ambiente, a cultura e o aspecto social nom existe nesta concepçom. Por isso os experimentadores com presos nunca se perguntarám acerca do contexto social ou pessoal que levou a essa pessoa à prisom. Perguntarám-se polos seus atributos biológicos.

Por outra parte, a estimulaçom eléctrica foi também utilizada hai anos em psiquiatria para curar depressons e diferentes quadros psicológicos. Nestes momentos ainda se utiliza, mas em muita menor medida, devido a que os seus resultados som controvertidos e pouco claros.