O estado neofranquista e antidemocrático (democracia burguesa europea “sui generis”) do reino da Espanha está de eleiçons. Se há 20 anos ainda a luita/guerra deste estado pola sua total implantaçom e domínio, e também pola aniquilaçom dos seus contendentes era contra ETA e o MLNV (“encabeçando” aos MLN do Estado), e contra o inimigo de classe e quem representava esse problema (GRAPO, PCE(r) e todo resorte do mundo obreiro por fora dos sindicatos), desde há 2 anos esse mesmo Estado mantém um conflito/luita (que se pode comparar com a outra) com as forças, comités, organizaçons democráticas e independentistas de Catalunya, que véu -dumha forma descarada- a pôr contra as cordas o Estado. Este confronto é bem distinto do anterior quanto à utilizaçom da violência, em Catalunya foi monopolizada polo Estado opressor espanhol com sanha repressiva. Ficava à luz a primeira mentira: com diálogo e sem violência (por parte do oprimido) todo se negocia e soluciona.

Se no anterior período de confronto deste Estado com os seus inimigos nunca tivo posicionamentos em contra na sua política interna em Europa, com este rompe-se a norma. Depois do 155, da ocupaçom militar e repressom a votantes, pres@s e exilad@s, de justiça neofranquista, de Europa saem cara a Madrid “respostas” muito mais democráticas que as que pululam polo estado, desde juízes e senadores até jornalistas europeus decantam-se do lado catalam. Esta política de confronto polas duas partes (Espanha/Catalunya) já nom é a mesma, a maioria do independentismo situado nas organizaçons políticas e outros apêndices nom cumpriu o papel com a República Catalana e volta ao parlamento espanhol para ser aliad@s dum partido do 155. Em Catalunya estam os CDR’s que seguem na luita pola República Catalá que – parece – atraiçoada, e alguns destes fam campanha pola abstençom dentro da sua dinámica de luita. A questom nom é Catalunya, é como reagírom outr@s que estavam a ser golpead@s polo Estado opressor, que também perseguiam, desde a democracia até a independência, e olhárom e convivírom desde o princípio com o movimento democrático e independentista catalám neste estado neofranquista.

Com motivo do Gudari Eguna do 2017 ETA sacava um comunicado convidando à esquerda abertzale a iniciar um processo (sempre que ETA e a esquerda abertzale fam movimento assim o PNV tem que fazer outro movimento) com o povo basco polo referendo e a independência, ETA apartava-se deste processo que seguiria umhas formas muito parecidas ao catalam, buscando o reconhecimento do direito de autodeterminaçom, e exercê-lo na prática. Ademais já se vinham realizando consultas polo referendo em Euskal Herria organizadas pola plataforma Gure Eusko Dago em distintas localidades e vilas. Pois nem EH Bildu tentou pôr em marcha um processo como o catalám, mais bem todo o contrário, buscou “confluir” com Podemos em alianças de governos municipais, na oposiçom em Gasteiz, etc… nem se seguíram aproveitando aquelas consultas para algo como o que propunha ETA. As e os que desouvírom a reflexom de ETA, hoje dizem que se o PSOE de Sánchez se porta bem, elas/es vam-se portar bem com o PSOE. Já nom se vai a Madrid pola independência, vai-se por um estatuto melhorado. É esse o caminho tomado polo oficialismo há já um tempo e para estas eleiçons. Ainda assim, ficam em Euskal Herria organizaçons e coletivos que tentam que os antigos parâmetros do MLNV sigam presentes na política das classes populares bascas, e nestas eleiçons optam pola abstemçom ativa.

Na Galiza também olhamos e convivemos (e sofremos este Estado opressor) com este Procés que viu pôr contra as cordas o Estado espanhol, e a nossa resposta política foi mais pobre do que nunca. A resposta política dum povo depende sempre da educaçom ou consciência política desse povo e das suas organizaçons políticas. Desde a organizaçom maioritária do nacionalismo nunca falárom para as suas bases de autodeterminaçom, soberania (só de forma pontual), e muito menos de independência, e agora encontramo-nos com que quem defendeu o Proces Catalam na Galiza som autonomistas. O independentismo, mais minoritário e com pouca capacidade vai atrás no movimento de apoio e seguimento ao processo de rutura que se deu em Catalunya. Com estas caraterísticas políticas gerais ficam conformadas, tanto Galiza com Catalunya, como Via Galega. A primeira sai à rua dum jeito “normal” até que fica estancada, e o 11 de setembro fai-se um ato em Vigo pola Diada. Este ato foi “promovido” por coletivos independentistas dentro da plataforma. O apoio poderia ser maior a uns/umhas pres@s polític@s e a um povo continuamente repressaliado com um juízo pola corte neofascista em Madrid. Em Via Galega (associaçom para criar consciência nacional) juntárom-se associaçons e coletivos que (muit@s) nom vinham participando da vida política da Galiza, mas si som do ámbito do nacionalismo maioritário, e o que se fijo foi umha apresentaçom muito potente e a continuaçom desaparecer do mapa político (a sua missom era criar consciência num momento como este) e aparecer para atos pontuais que bem poderiam levar a cabo as associaçons pertencentes.
Nestes anos coincidentes nom existiu umha política – já nom de confronto/rutura, nom é a sua política ainda seja um Estado e umha constituiçom negadora -de reclamaçom do direito de autodeterminaçom da Galiza, e nom existiu por parte do nacionalismo galego a mais mínima implementaçom na sua política que for por esse caminho, mais bem todo o contrário: sumariamos ao dito anteriormente que 1) Nas manifestaçons e campanhas polo Dia da Pátria ou outras de potencial parecido nunca se fala do proibido e nunca se exalta o que nom se deve (autodeterminaçom). 2) O BNG com a sua líder à cabeça recebe o lenço de Castelao “A derradeira leiçom do mestre” dedicado a Bóveda com o representante do estado neofranquista na Galiza como capitám de mando (patética e miserável a renúncia do nacionalismo galego) 3) O BNG no parlamentinho fai umha proposta onde inclui ao PP para fazer chegar a Madrid a voz de todas deputadas galegas no parlamento espanhol pedindo melhoras para a Galiza (parece umha piada ou umha oportunidade para Feijóo de desmarcar-se de Madrid e ficar de bom galego).
Umha vez mais o BNG acode ás eleiçons ao congresso e ao senado de Espanha, cousa que nom surpreende (por umha voz galega em Madrid), tem um aliado histórico que é o PSOE (deu-lhe mais benefícios e o explorárom mais do que os seus pactos pontuais com o nacionalismo basco e catalám) e a ele vai servir (se lhe saem os cálculos a que nos tenhem sometid@s).
Se nom é surpreendente a posiçom do BNG cara às eleiçons em Madrid, sim “surpreende” o posicionamento da única organizaçom independentista (Causa Galiza), que pede o voto tático para a candidatura nacionalista. Se se lhe ponhem aspas antes à palavra surpreende é porque existe um precedente nesta rutura com a linha histórica do independentismo, este é o posicionamento de Galiza Em Pé, espécie de projeto posto em andamento depois da apariçom e sucesso do Foro Independentista Galego que superou um 2016 sem organizaçons políticas independentistas com um Dia da Pátria unitário (que nom se vivia desde muito tempo antes). Galiza Em Pé nom dava continuidade às ideias e formas futuras do FIG, e caia em maos de quem já de aquela nom entendia o futuro independentista e pediam o voto pontual e em chave de País para o BNG em autonómicas do 2016.
Agora Causa Galiza tira um comunicado de 10 pontos para explicar a sua rutura com a linha histórica ao que imos contestar brevemente sem atender ponto por ponto:

  1. “O reconhecimento do direito de autodeterminaçom das naçons sem Estado…. evidência ser o calcanhar de Aquiles deste regime político.”
    É certo que a única questom que desestabiliza é a questom territorial, mas vem fazendo desde sempre e rachar com a linha histórica para pedir o voto para o BNG nom é garantia de nada.
  2. ” O IBEX35 traçou como via de saida…pauperizaçom e precarizaçom que se representa…por PP, C’s, Vox,… a opçom B é um governo que garanta… a continuidade atual ( PSOE e UP ou PSOE e C’s ).
    Todas as alternativas garantem a saida do IBEX35 e todas garantem a saida adequada dum regime opressor. A quem pode fazer presidente o BNG? ao Sánchez do 155?, ao PSOE dos GAL?, ao Podemos do 15M que atraiçoou a democrácia em Catalunya? Quando se fala que o ótimo é conservar o regime atual (?), e que este o manteriam PSOE e C’s a que se refêrem?.
  3. ” O voto no BNG aparece como a opçom tática mais acertada entre as existentes…..á margem de retóricas ocasionais aposta na gestom do regime autonómico ( o BNG )……”
    A tática sempre tem que estar subordinada á estratégia, nom se pode pedir voto para quem carece de estratégia, tática, pratica minimamente ruturista ou independentista e só ” está rumado a reclamar um melhor trato de Espanha “.
  4. ” Temos a conviçom de que a mera presença parlamentar de deputados e deputadas políticamente galegas em Madrid, por si soa, em ausência dumha estratégia independentista sobre o terreno, é incapaz de alterar no mais mínimo o nosso histórico status colonial…”
    Tendo esta conviçom, acertada, resulta imconprensível que se aposte por quem aposta polo autonomismo. Isto nom é criar ou trabalhar umha estratégia ruturista ou independentista, todo o contrário.
  5. “A nossa aposta segue a ser a construçom dum movimento independentista forte com imbricaçom social…”
    Para construir o que antes se diz nom parece muito acertada a decisom de darlhe folgos á organizaçom mais amável e reformista que tivo o nacionalismo galego em muito tempo. Apostar pola candidatura nacionalista (em tempos de choque e reconfiguraçom do estado opressor) nom é mais que rebaixar posturas políticamente vitais e dar-lhe folgos á estratégia autonomista.
    Assim é que respondemos na Galiza quando o estado espanhol treme, e assim é que respostamos na Galiza quando esse mesmo estado convoca eleiçons para reconfigurar-se como cárcere de povos que é (ninguém sacou comunicado pola abstençom na Galiza, como vimos que assi faziam em Euskal Herria e em Catalunya).