A passada terça-feira, 26 de fevereiro, foi publicada no BOE a Estratégia Nacional contra o Terrorismo, aprovada polo Conselho de Seguridade Nacional o dia 21 de janeiro deste mesmo ano. Este documento, tal e como já se especifica no seu início, nasce para constituir-se no marco estratégico na luita contra o terrorismo e o extremismo violento.

O primeiro que chama a atençom é que apesar de que o documento se titule “Estratégia Nacional contra o Terrorismo 2019”, ao longo do texto para referir-se ao terrorismo emprega-se constantemente a expressom “terrorismo e extremismo violento”, locuçom que aparece em mais de quarenta ocasions nas apenas vinte cinco páginas do documento, sem explicar em nenhum momento que se entende por “extremismo violento”.

Se a militância numha organizaçom política como é Causa Galiza ou num organismo antirepressivo com é Ceivar, é motivo suficiente para que te acusem de enaltecimento do terrorismo como ficou demostrado nas operaçons Jaro I e II, se umha peleja de bar com agentes da Guarda Civil já é considerado terrorismo, entom é necessário perguntar-se que é isso de “extremismo violento”. Todo sugere que será um caixom onde meter todas as ideologias e açons contrárias ao Poder. Como escrevia Tiqqum em O Grande Jogo da Guerra Civil: “Nom nos esquecemos de o repetir: os criminosos som nossos inimigos. E por isto devem entender o seguinte: que os nossos inimigos som criminosos. E como fugitivos potenciais, cada um de vós é um potencial criminoso. (…) No nosso pequeno jogo, aqueles que saem do seu isolamento som portanto “criminosos”. Quanto àqueles que tenham o descaramento de contestar esse estatuto, chamaremo-los de “terroristas”. Estes últimos poderám ser abatidos em qualquer momento”.

Um texto contra o independentismo
Em pleno juízo contra os independentistas cataláns, o documento publicado é umha nova volta de porca na criminalizaçom do independentismo. Ainda que numha primeira leitura parecesse que se enfoca principalmente no “terrorismo jihadista”, há diferentes fragmentos que indicam o contrario.

No texto fala-se de “extremismos identitarios excluyentes” para fazerem referência aos movimentos de libertaçom nacional. Deste jeito incluem os movimentos independentistas, independentemente de usarem ou nom a violência, no mesmo saco que o “terrorismo jihadista”. Estres “extremismos identitarios excluyentes” som considerados como “movimentos preocupantes” pois “podem derivar em violência e ver-se incrementados num contexto de crise económica”. Também alerta do auge de “extremismo e de posiçons excluintes que estám a originar dinâmicas violentas e filo-terroristas” em setores da populaçom.

O documento trata-se de um passo mais do processo que iniciara na década dos 90 o juiz Baltasar Garzón e que se dou em conhecer como a teoria do entorno com o fim de julgar a militantes e ilegalizar organizaçons independentistas. Deste modo, a mensagem que os constitucionalistas levavam como lema até há pouco tempo –sem violência todo é negociável– resultou ser falsa: o problema nom era a violência, o problema era a independência.