A economia galega segue a crescer, feito que leva sucedendo ininterrompidamente desde o ano 2013, logo de que no 2012 a economia se restringisse um 1,3 %. A economia galega cresce, mas só se atendemos à evoluçom do Produto Interior Bruto, que desde o ano 2012 leva um crescimento acumulado de mais dum 10 %. Com estas cifras na mao, os governantes espanhóis enchem peito e falam do fim definitivo da crise referindo-se a ela em passado. Mas a realidade nom é tam formosa. Que ocultam estes dados macroeconômicos?

O PIB, um indicador errado

O Produto Interno Bruto (PIB) representa o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos na economia de umha naçom durante um período determinado, geralmente um ano. O PIB calculado pola via das rendas soma os impostos netos sobre a produçom e as importaçons, as remuneraçons das pessoas assalariadas e a renda mixta e o excedente de exploraçom.

Este valor passou a ser utilizado desde o final da Segunda Guerra Mundial como o principal indicador estatístico, baseado no crescimento econômico, da prosperidade de umha sociedade.

Mas este valor, em palavras do economista Jonathan Rowe, nom passa de ser “umha medida bruta da atividade do mercado, do dinheiro que troca de maos. El nom faz nenhuma diferença entre o desejável e o indesejável, entre despesas e ganhos. Ainda por cima, leva em conta somente a porçom da realidade que os economistas querem considerar: a parte envolvida nas transaçons monetárias. As funçons económicas decisivas realizadas nos setores doméstico e voluntário ficam totalmente excluídas”. É dizer qualquer atividade económica que mobilize o capital incrementa o PIB sem atender a questons morais ou éticas: a venda de armas, o consumo de álcool, as apostas compulsivas, o tabaco, os acidentes laborais e de trânsito. No exemplo dos acidentes de trânsito, ao mobilizarem grandes quantidades de capital, incrementa consequentemente o PIB de diferentes maneiras: serviços de urgência, serviço de limpeza da estrada, serviços de saúde, de enterramento, reparaçom dos veículos ou compra de uns novos, incrementos dos preços dos seguros,… Os acidentes de trânsito estám, desde esta perspectiva, gerando riqueza.

O PIB tampouco tem em conta a distribuçom da renda, e deste jeito, o seu valor pode crescer enquanto porçons cada vez maiores da populaçom passam a viver na pobreza. Além de nom refletir a melhoria no bem-estar humano, omite atividades que nom estám nom mercado, como o cuidado das crianças e das pessoas idosas.

Mesmo economistas do sistema, reconhecidos polos próprios organismos capitalistas, como é o professor da Universidade de Columbia, e premio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, tenhem dito ao respeito: “Entre os economistas tem havido por muito tempo umha forte convicçom de que o PIB nom é umha boa métrica. Nom mede as mudanças em bem-estar. Se os líderes estám tentando maximizar o PIB, e o PIB nom é umha boa métrica, estamos maximizando a cousa errada”.

Como se reparte a empada

Como se dizia mais arriba, o PIB soma os impostos que cobra o Estado, os salários que recebem as trabalhadoras e o excedente de exploraçom, é dizer, a mais-valia que fica para o empresário. Desde há já varias décadas vendem-nos que nom há alternativa à economia capitalista, que termos como proletariado, mais-valia, luita de classes, exploraçom laboral e burguesia ficarom obsoletos, mas a realidade é obstinada e os dados batem-nos nos focinhos: segundo os últimos dados publicados polo Instituto Galego de Estatística (IGE), na Galiza continuam a decrescer o peso dos salários no PIB. É dizer, a percentagem da riqueza produzida no País que fica para a classe trabalhadora é cada vez menor, enquanto os benefícios empresarias nom deixam de crescer.

A última cifra é apenas do 42,3 % do PIB, quando no ano 2009 ainda estava no 48,0 %, cifra extremadamente baixa incluso se se compara com os valores que se registra em outros países capitaistas da nossa contorna com soberania económica e política. Isto significa que mais da metade do nosso trabalho é-nos expropriado pola burguesia.