Onte, 7 de dezembro —um dia depois do Dia da Constituiçom espanhola—, a Mocidade pola Independência subiu às redes sociais um vídeo  no que jovens encarapuçadas sabotam simbologia fascista presente nas ruas de Compostela.

Assim, a Avenida Manuel Fraga —ministro durante o franquismo e presidente da Junta da Galiza (PP)— perde as letras que a identificam num monumento próximo à Cidade da Cultura.

As moças também retiram umha bandeira espanhola do que provávelmente seja um prédio oficial, para, de seguido, dar-lhe lume.

No vídeo também reivindicam o ataque com ovos de pintura a quatro placas fascistas: a avenida Professor Luis Legaz Lacambra —reitor da USC durante o franquismo e procurador nas Cortes franquistas—, a rua Francisco Blanco Nájera —bispo de Ourense durante o franquismo—, a rua Presidente Gerardo Fernández Albor —presidente da Junta da Galiza (PP)— e umha placa da Delegación Nacional de Sindicatos.

O vídeo vai acompanhado dum comunicado que reproduzimos na íntegra ao final deste nova.

Ovos de pintura na Corunha

O próprio dia 6, o espaço juvenil difundiu um outro vídeo através das redes sociais.

Nele, as moças independentistas atacam com ovos de pintura as placas de quatro ruas fascistas da Corunha: a avenida José Calvo Sotelo —ministro durante a ditadura de Miguel Primo de Rivera—, a rua Alcalde Eduardo Sanjurjo de Carricarte —alcalde durante o franquismo e procurador nas Cortes franquistas—, a rua Alcalde Sergio Peñamaría de Llano —alcalde durante o franquismo e procurador nas Cortes franquistas— e a rua José Fariña Ferreño.

Durante o vídeo, a Mocidade pola Independência afirma que «a chamada “Transiçom democrática” veio a legitimar as estruturas da ditadura» e que «a Constituiçom espanhola cristalizou umha renovaçom do franquismo», denunciando que «nas ruas seguimos a atopar os seus iconos».

Comunicado na íntegra

“Mentres o regime celebra a data em que se implementou a sua Constituiçom, na Galiza mantemos umha jornada de luita. Luitamos contra dum papel que nega o nosso direito a decidirmos como povo, um papel que foi rechaçado polas galegas ao nom acadar o 50 % dos votos. Um livro escrito para perpetuar o poder em maãs de quem já o tinha, para manter o fascismo trás dum lavado de cara. Sabemos que esta Constituiçom nom trouxo cousa possitiva para a nossa terra, e para quem o duvide, só há que mirar os dados. Empobrecemento massivo das famílias galegas, um paro terrívelmente alto, mais ainda se nos centramos nas jovens, onde acada o 50 %. Espoliaçom dos nossos recursos naturais, destruiçom do bosque autótono a base de sementar eucalipto e pinheiro, incapacidade da nossa mocidade para independizar-se do fogar familiar, e umha perda terrível de falantes do nosso idioma. Já nom falemos da perda da nossa cultura e da progressiva implantaçom da “cultura espanhola”.

Nada, tudo mentira, som exageraçons. Vivemos num perfeito Estado de dereito cheio de liberdade. Lei mordaça, lei Wert, o 3+2 na universidade, a última reformulaçom do Código Penal, a inexistência do dereito real à vivenda, nem a um trabalho digno… Todo um sistema claramente planeado para melhorar as condiçons de vida das classe trabalhadora e fomentar a crítica política.

E entre tudo isto, que foi daquela Lei de Memória Histórica, aquela que garantizava a superaçom do franquismo eliminando os seus símbolos? Quarenta anos depois, seguimos a atoparnos com mostras do seu egocentrismo polos distintos lugares da Galiza. Animamos a todas as galegas a atacar, rachar, destruir todas aquelas mostras do fascismo que se atopem na nossa terra. Porque o fascismo segue vivo nas instituiçons públicas, e ao fascismo combáte-se-lhe nas ruas, deixando-lhe claro que o unico dono da nossa terra é o povo galego, um povo luitador, incansável, que nom duvidará em atacar a quem pretenda destrui-lo como naçom. Animamos a seguir luitando para superar o atual marco político, e conquistar o único que poderá trazer umha liberdade real para a nossa terra: a independência nacional para construirmos umha Galiza soberana. Umha Galiza que desenvolva um modelo económico e político adequado às necessidades das classes populares galegas, sem que ninguém de fora venha a nos roubar livremente nem a empequenecer a nossa língua ou os nossos costumes. Chamamos ao conjunto do povo galego, e em especial à mocidade, a sumar-se à única luita que trazerá a liberdade da nossa naçom, do nosso povo.

Contra o fascismo, nem um passo atrás!

Viva Galiza ceive!”