Se há umha regiom em Europa que padeça mais os incêndios florestais que Galiza, essa é Portugal. A raiz da grave situaçom que se vive nos país vizinho anos trás ano por culpa dos incêndios, o governo luso legislou para tratar de frear esta dinâmica e desde Fevereiro deste ano está em vigor a Lei 77/2017 que aprovou o novo Regime Jurídico Aplicável às Ações de Arborização e Rearborização (RJAAR). Com esta nova lei o governo intenta travar a expansom de eucalipto, evitando, por exemplo, que sejam plantados eucaliptos em áreas ardidas anteriormente ocupadas por outras espécies.

Ante estas novas restriçons para o cultivo de eucalipto, destinado na sua maior parte para a elaboraçom de pasta de papel, a maior empresa de produçom de papel de Europa com sede em Portugal, The Navigator Company, S.A., anuncia que se propom a arrendar parcelas florestais na Galiza para aumentar a sua produçom.

De empresa estatal a lobby de pressom

O Grupo Portucel Soporcel finalizou o seu processo de privatizaçom no ano 2006 passando a ser controlada por Semapa – Sociedade de Investimento e Gestão, quem possui mais do 75 % das suas açons. Mais recentemente, já no ano 2016, mudou o seu nome para denominar-se The Navigator Company, S.A. em referencia à marca de papel que comercializa.

A empresa, com um volume de negócio durante o exercício 2017 que supera os 1.600 milhons de euros, representa arredor do 1 % do PIB do país vizinho e alcançou no passado ano umha produçom total de 1.578 milheiros de toneladas de papel. Com estes dados nom surpreende que tenha umha enorme capacidade de pressom sobre o governo de Lisboa, mas trás os dramáticos acontecimentos do verao de 2017, quando houve mais dum cento de mortes por causa dos incêndios, o governo viu-se na obriga de mover ficha e restringir, ainda que fora timidamente, o cultivo desta espécie pirófita

A aprovaçom da Lei provocou umha vaga de protestos na sua contra que se concretizou em um manifesto promovido desde a indústria florestal e papeleira, com The Navigator Company, S.A. à cabeça, e apoiado como noutras latitudes por umha elite cultural a soldo do poder.

Aterragem na Galiza

Nesta pugna, a gram prejudicada é Galiza, pois para evitar cumprir as restriçons que agora som de obrigado cumprimento além Minho, o monstro papeleiro anuncia que arrendará terrenos na Galiza para a produçom de madeira de eucalipto, ainda que de momento nom transcendeu a superfície que pretende arrendar para destinar a esta atividade nem as suas localizaçons.
A aterragem da firma portuguesa na Galiza é um passo mais cara a desertizaçom dos nossos montes, logo de que se confirmara há apenas uns meses a construçom da nova planta de geraçom de energia elétrica a partir da queima de biomassa.

Com um governo submetido à logica do progresso e que sempre dou as costas à proteçom do território quando há dinheiro em jogo, somado à falta de soberania real do nosso País, somos reduzidos umha vez mais a umha simples fonte de recursos quando o Capital o demanda.