Por Roberto Blanco Torres (adaptaçom do Galizalivre)/

O Dia da Pátria de 1923, A Nosa Terra coroava a sua portada com este artigo de Roberto Blanco Torres. Restavam apenas dous meses para o golpe que mergulhou o Estado espanhol na ditadura de Primo de Rivera. Como figera Joám Jesus Gonçales em Janeiro desse mesmo ano, o também jornalista e cuntiense, afirmou o independentismo como única saída de progresso para Galiza. Reparemos mais umha vez em que as Irmandades da Fala se acabavam de proclamar nacionalistas e autonomistas ainda a finais de 1918. Além de jornalistas e de Cúntis, os dous democratas partilhárom destino de mártires ao cair baixo as balas do fascismo espanhol apenas 13 anos depois.

Nom é o Dia da Galiza, como cuidam os velhos samurdos do regionalismo com grelos e lacom, umha festa mais para adorar um ídolo ou um fetiche ou, quando menos, para andar de enchente ou ceivar um brinde, arredor dumha caterva de parvos, um centom palavreiro de parvadas. O Dia da Galiza é a evocaçom, a vibraçom das antigas arelas de liberdade -encarnadas nos nossos bardos e nas nossas gestas épicas- renovadas ao longo de centúrias nos peitos fidalgos e nos nobres espíritos que antes quereriam ver a sua terra trocada em “tabuleiro de armarinho ianque ou em masseira de besta japonesa”- se a vida nom tivesse mais que umha representaçom grosseiramente materialista, que humilhada e envilecida, com umha resignaçom própria de escravos, aos pés dumha naçom decadente e baixo a pauta dum Estado de salteadores com levita.

Para os galegos conscientes nom há dilema nengum entre escolher o caminho da sua dignidade, na que ressoa a voz solene dos petrúcios barudos, fortes ainda nas suas tombas (porque os mortos mandam!), ou seguir da mao da cucaria ou do cretinismo. Arrastando o auto-despreço, sem personalidade e castrados na alma, afirmando a intangibilidade dumha pátria inexistente, baseada numha unidade fictícia e filha dumha olhada seminal incestuosa duns reis idiotas.

Para os galegos o ser nacionalista é já umha questom de honra. Polo menos nacionalista, porque eu, meus amigos, nom vejo para Galiza, sobretodo para a sua dignidade, mais caminho que o dum radical separatismo.