Por Ana Macinheira /

Na Segunda-feira dava começo na corte suprema de Tegucigalpa, o juiço contra os oito acusados de assassinar em março de 2016 a líder indígena Lenca Berta Cáceres. Porém, foi suspendido tras a apresentaçom de cinco recursos de amparo e umha recusaçom, “algum deles apresentados pola COPINH (Comité Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras) e diferentes tipos de defesa”, segundo informou Melvin Duarte, o porta-voz da Corte Suprema de Honduras, e engadiu que “nom se pode precisar data de re-programaçom do juízoo oral e público, senom até que a Corte de Apelaçons resolva os amparos e a recusaçom que forom apresentados”.

Exigimos justiça, mas nom a toda custa nem de qualquer maneira”

O COPINH interpujo umha acçom de recusaçom contra o Tribunal de Sentença da Sala Primeira, dado que “ rejeitamos o seu acionar e a sua aptitude para conhecer deste caso e solicitamos que sejam reempraçaados por um tribunal que garanta as condiçons para atopar justiza neste processo”, e engadem “asumimos a tarefa de procura de justiça nom com o ánimo de topá-la para o caso do vil crime contra Berta Cáceres, senom entendendo-o como a oportunidade de brindar ao povo hondureho a reivindicaçom da justiça coa verdade” explicam num comunicado que fixerom público o día do juízo.

Berta Cáceres era cofundadora e coordinadora da COPINH, líder indígena Lenca, activista ecologista e feminista, no país onde é mais perigoso ser militante ambiental: Honduras. Assim o recolhe umha investigaçom de Global Witness, no que destacam que “dende 2010 morrêrom mais de 120 pessoas. As vítimas eran pessoas corrente que se opuxerom às presas, às minas, à tala ou à agricultura nas suas terras e morrêrom assassinadas por forçaas do Estado, gardas de seguridade ou assassinos a soldo. Muitos outros fôrom ameazados, atacados ou encarcerados” .

O medo nom nos serve para seguir a luita”

Berta Cáceres foi assassinada a tiros na sua casa, levava recebendo ameaças desde havia meses polo seu posicionamento em contra de um projeto hidroeléctrico no río Gualcarque, sagrado para o povo Lenca, “enfrontárom-se à empresa chinesa Sinohydro, que junto à empresa local DESA pretende levar a cabo o projecto hidroelétrico de Agua Zarca. Dito projecto aprovou-se violando o direito dos povos indígenas à consulta prévia, livre e informada conforme ao convénio 169 da Organizaçom Internacional de Trabalho que foi ratificado por Honduras em 1995” afirmam dende Intermom Oxfam.

A familia e companheir@s de luita de Berta Cáceres continuam ameaçadas, “a minha mai ensinou-nos a nom ter medo, nom nos serve para seguir a luita”, di Laura Zúñiga, umha das quatro filhas da ativista assassinada. “Seguimos em pé. Em Honduras o povo continua luitando, defendendo a sua vida. Segue com ledícia. Seguimos sonhando. A pesar da violência, seguimos sonhando com umha realidade distinta com justiça para todas e todos”.

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