Por Andreu Barnils (traduçom do galizalivre) /

Em 15 de setembro de 2008 (antes de ontem fez exatamente dez anos), a empresa financeira Lehman Brothers anunciou sua falência na cidade de Nova York. Agora é a maior falência da história dos Estados Unidos. Imediatamente depois, começou umha crise econômica global que marcou toda umha geraçom de filhos do capitalismo, entre os quais estou incluído. Somos pessoas nascidas em um sistema que cai aos anacos entre suas mãos. Raramente um rei vai tam despido. Desde entom, um ter sido anticapitalista deixou de ser extravagante. A razom é que muitos moderados e céticos caíram do cavalo. E até hoje eles nom recuperaram a fé em um sistema que apenas os mais fanáticos ainda qualificam como livre.

A importância do Lehman Brothers nom é apenas a queda de umha multinacional. Caso contrário, com essa desculpa, os grandes bancos nom foram descartados. Por muitas dívidas que eles tivessem. É a famosa teoria de Too Big to Fail, dramaticamente imposta. Esta teoria afirma que, se tu tiveres umha loja de bairro e tu vas à rína, má sorte, a lei do mercado, meus. Mas se tu és um grande banco e as cousas dam errado, com calma, vem o governo e lhe dá o dinheiro. Por causa de todo isso , nada de lei do mercado. Isto é o que temos visto sem modéstia e por anos, nos EUA, aqui ou na Grécia: pobres ao resgate de bancos. O horror feito mercado.

Se os accionistas privados que jogam na roleta dizem precisar ajuda do governo, estám protegidos contra perda e som subsidiados para seguirem com a especulaçom, entom nom estamos falando sobre o mercado livre. Se os tomadores de decisões nem sofrem as conseqüências ruins – se quebra a ligaçom entre risco e recompensa, como aconteceu com as economias centralmente planejadas da órbita da Uniom Soviética, em seguida, o próprio sistema de mercado quebra. O sistema de livre mercado do capital global atual existe apenas na imaginaçom dos economistas ortodoxos.’ Isto diz Ann Pettifor, umha economista britânica que previu a crise.

Porque esta é outra das grandes mentiras sobre a crise do Lehman Brothers: dizer que ninguém previu isso. Se calhar o caso, a propaganda econômica oficial, que comemos para a grande mídia, non falou disso. Mas vários professores e professores sim. Neste artigo, seis som revisados, dando ligações para documentos, documentos, blogues, palestras que previam a crise, incluindo o livro de Pettifor sobre as dívidas. Outros desses economistas som agora governadores de bancos centrais.

Para mim, a crise também me ajudou a descobrir David Graeber e seus livros deliciosos, nom apenas anticapitalistas e ilustrativos. Divertidos e densos ao mesmo tempo. Livros que ajudam a se livrar da nostalgia fanática, enraizada e perigosa. Primeiro de todo, parar de acreditarmos a origem do dinheiro que tinha sido vendida até agora (nom é a invençom de lojistas evoluídos, mas a invençom violenta de tropas terrestres no território inimigo )

Lehman Brothers também deve servir para ver que nom é a economia.Es tu. Podemos viver em tantos sistemas econômicos quanto somos capazes de nos inventar. Nom é que haja alternativa. É que há alternativas. O capitalismo do livre mercado nom é nem natural nem obrigatório, nem eterno nem homogêneo. Nós nom estamos falando sobre o clima e como se adaptar a ele. E nom som leis naturais. Estamos falando de um sistema criado por seres humanos que pode ser modificado, excluído, substituído, melhorado, lembrado ou apagado e esquecido.

Ontem o jornal Ara fez um especial sobre o Lehman Brothers. Na sexta-feira vim que o economista Miquel Puig escreveu, no que me escoito a mim mesmo. Dizia: ‘Nos anos 30 os nossos avós aprenderam a golpes que mercados financeiros som instáveis de modo que os financieiros som muito egoístas e míopes (entre outras cousas, porque muitas vezes cobram seu trimestral incentivo ou anualmente), e cujas convulsões podem tem conseqüências muito sérias; nós também fomos desmamados, e tivemos que reaprender aginha’

 

Humildemente acrescentar que os nossos avós nos anos 30 aprenderam que se tu quigeres mudar a história, tu precisas mudar a economia. E por isso eles tentaram sociedades sem dinheiro. Nom o faziam por poupar, claro que nom.

*Publicado em Vilaweb.