Por Jorge Paços /

A Rede do Decrescimento da Galiza, Berzo e Eu-Návia vem de fazer público o programa do seu Congresso, trás meses de preparaçom e difusom do seu ideário ao longo do país. Será no Ateneu Ferrolano no primeiro fim de semana de Outubro, e combinará as palestras formativas, os espaços de lazer, e a promoçom de actividades económicas alternativas.

Como explicárom os seus vozeiros nas distintas palestras de preparaçom da iniciativa, a Rede pretende socializar a palavra ‘Decrescimento’ (com maiúscula) como umha ‘palavra-projectil’ : umha ‘proposta provocadora que procurar responder afoutamente um absurdo : querer crescer indefinidamente num planeta finito’, por próprias palavras da entidade. No plano teórico, alimentam a sua proposta com achegas de tipo ‘antidesenvolvementista, altermundialista e ecosocialista’.

Diagnose crua

Para a Rede, a crença na possibilidade dum crescimento económico infinito é umha ideia literalmente suicida : pois na natureza, esclarecem na sua declaraçom de princípios ‘o único que medram indefinidamente som o cancro e as plagas’ ; tipos de doenças humanas e naturais que batem contra os limites e provocam a destruçom.

Com a conviçom de que a limitada biosfera que habitamos sobardou a sua capacidade de acolhida, e partindo dumha impugnaçom profunda do sistema de valores consumista que domina a prática totalidade do globo, a Rede aponta que o iminente esgotamento -em termos históricos- das energias fósseis força a umha mudança radical de paradigma que passe por redefinir necessidades e a nossa compreensom do que significa ‘a qualidade de vida’.

O papel da Galiza

Ainda que a Rede nom assume abertamente a territorialidade da Galiza completa, na prática assume a unidade do nosso território. Na sua declaraçom de intençons justificam a escolha do quadro geográfico galego -incluídas as terras irredentas- pola necessidade de desenhar o futuro em ‘biorregions’ autónomas ; de Fisterra ao Mançanal perfila-se um conjunto geográfico, antropológico e sociológico perfeitamente definido, umha área biológica de transiçom atlántico-mediterránea que historicamente se conhece como Gallaecia ou Galiza. Para a Rede, este seria o espaço de nosso onde cumpriria ensaiar fórmulas de vida e produçom realmente harmoniosas com o meio e com ambiçom igualitária.

O programa

Quem se achegar ao Ateneu Ferrolano nos dias 6 e 7 de Outubro poderá escuitar intervençons de conhecidos teóricos como Carlos Taibo, escritoras como Teresa Moure, ou representantes da associaçom Véspera de Nada, como Begoña de Bernardo. Celebrarám-se aliás mesas redondas com representantes do Decrescimento na Galiza e em Portugal.

Haverá também lugar, rematadas as ponências, para repichocas e cantos de taberna, mesmo no equador das jornadas. A sessom do domingo terá umha vertente mais prática : obradoiros variados (desde processado de la até bebidas vegetais, passando polo ioga) e umha feira eco-artesanal ocuparám o dia.

O Congresso é gratuito, mas dado que o aforo é limitado, existe inscriçom fechada. As pessoas interessadas no evento podem obter toda a informaçom no seu blogue.