Por José Manuel Lopes Gomes /

Sucedem-se os gestos e as propostas a prol dos militantes galegos em cadeias de Espanha, centradas nomeadamente na denúncia da dispersom penitenciária. A visita da eurodeputada Lídia Senra à prisom de Dueñas, visitando a Roberto Fialhega ‘Teto’, dá continuidade a umha série de pronunciamentos de forças institucionais que ponhem em causa a estratégia da vingança.

No passado Julho, o deputado galego de Em Marea, Miguel Anxo Fernán Velho, criticava publicamente em sede parlamentar a política penintenciária baseada no desarraigo e desconexom social dos presos e presas, saldada aliás com um enorme gasto económico e emocional dos seus contornos vizinhal e familiar. Fazia-o em Espanha, diante dos representantes do novo executivo espanhol que -por agora no plano teórico- dim pôr em causa a política de dispersom.

O discurso de Fernán Velho, apoiado argumentativamente na prática totalidade da legislaçom europeia e internacional sobre direitos humanos, pom-se em relaçom com as sucessivas visitas que a sua companheira de organizaçom realizou a presas e presos nacionalistas em cadeias como Leom, Villabona ou Dueñas. Esta sensibilidade com a situaçom dos militantes foi partilhada polo BNG, que aceitou entrevistar-se com representantes da plataforma Que voltem a casa ! a recolher algumhas das suas demandas, designadamente o fim da dispersom e da aplicaçom repressiva da política de graus penitenciários. Cumpre lembrar que as e os independentistas presos pagam as suas condenas habitualmente em 1º grau, o que deriva em menores possibilidades de actividades dentro da prisom, menos horas de pátio, e total negaçom do acesso a benefícios penitenciários.

A voz da rua

Gestos como os antes ditos revelam umha importante mudança de sensibilidade das forças do nacionalismo e a esquerda moderadas respeito à existência de prisioneiros independentistas, muito diferente à atitude de passividade ou aberta ignoráncia que dominou em décadas anteriores.

O trabalho sostido do movimento antirrepressivo, aumentando o círculo de simpatias por presos e presas, e a enorme socializaçom da problemática carcerária a raiz dos encarceramentos de dirigentes catalanistas, som algum dos elementos que podem explicar a nova fase.

Seja como for, e à margem das sintonias institucionais que existirem, é o trabalho silandeiro e constante na rua, mantido por umha generosa rede de voluntariado popular, a que deu a conhecer ao povo a luita das presas e presos, combatendo assim a narraçom falsária da mídia espanhola sobre o combate galego.

O organismo Ceivar, que vem de cumprir quinze anos de vida, anunciou nestes dias nas suas redes sociais que vai aproveitar a competiçom da liga ACT de trainhas para convocar a sua clássica concentraçom mensal contra a dispersom e pola liberdade. Será em Cabo de Cruz, em Boiro, na manhá do vindouro 26 de Agosto.