Por Jorge Paços /

O trabalho do voluntariado polo património continua a dar os seus froitos, por vezes superando mesmo o labor que, com todos os recursos e tempo, promociona a administraçom. O colectivo Património dos Ancares conseguiu em passados dias engrossar o inventário da nossa riqueza patrimonial com a descoberta de novos petróglifos em Donis (Cervantes) e Nulhám e Torês (ambas as duas dos Ancares).

Quem quiger ver com os seus próprios olhos este novo achádego em Cervantes terá que ir a Moreira, concretamente ao monte Galegos. Lá existem dezassete ‘covinhas’, representaçons singelas da arte rupestre conformada por círculos concêntricos. É a primeira vez que na comarca aparecem tais formas, que os investigadores situam por volta de há 4000 anos, na Idade de Bronze.

No monte Reteixeira, nas Nogais, zona geologicamente específica polo peso das calcárias, topárom-se também 50 covinhas e traços verticais com pequenas variaçons. A cronologia é neste caso, segundo o vozeiro da associaçom Xavier Moure, ‘ainda imprecisa’.

Riqueza também no leste

Ambora tradicionalmente se associaram os petróglifos galaicos com umha área muito determinada do suroeste (com os lugares de Mogor e Campo Lameiro como grandes paradigmas), a extensom da pesquisa e o importante labor do voluntariado polo património está a desmentir tal restriçom geográfica. Com muita provabilidade, de se chequear o território com toda escrupulosidade, a arte em pedra, mais e mais petróglifos, com as suas mensagens enigmáticas, apareceriam pola Galiza inteira. Na comarca dos Ancares, desde umha data tam recente como 2013, já se contabilizárom vinte estaçons com petróglifos.

O abandono dos montes e o medre incontrolado da vegetaçom, a extensom do deserto verde eucalipteiro ou o afám por inçar a Galiza de infraestruturas de comunicaçom para o carro particular tenhem destruído nas últimas quatro décadas umha porçom enorme do nosso património. A sobrevivência do que resta está em maos nom apenas da Junta, senom também do vigor do movimento popular.