Por José Manuel Lopes Gomes /

Trás dez anos consecutivos de negativa a reconhecer o senlheiro galeguista, resulta dificilmente questionável que a Real Academia Galega silencia Carvalho Calero por animadversom ideológica. Isto é o que concluem dúzias de entidades do reintegracionismo de base -entre as que se encontra este portal- no manifesto que venhem de difundir com motivo da recente controvérsia.

O manifesto, assinado pola maioria dos centros sociais galegos, por entidades académicas como a Associaçom de Estudos Galegos, por projectos educativos como as escolas Semente, ou por meios de comunicaçom como o Diário Liberdade e o galizalivre, salienta que a atitude de ‘sectarismo sistemático’ da RAG ‘nom é com a que se fai país’. Apesar de a Real Academia Galega manter a sua referencialidade em alguns sectores a negaçom constante de Carvalho Calero leva-a a perder consideraçom a olhos de boa parte das pessoas comprometidas com a nossa língua e cultura.

As entidades assinantes congratulam-se, contodo, de a RAG conseguir em certo modo o efeito contrário do procurado, pois cada ano que se bloqueia a eleiçom de Carvalho, este consagra-se como mais e mais reconhecida figura das letras galegas. Neste reconhecimento tem muito a ver o trabalho de formiga que, diariamente e debalde, levam adiante estas associaçons, que manifestam o seu intuito de ‘difundor a obra de ‘um dos grandes da nossa história contemporánea, autor de umha significativa obra literária nos mais diversos géneros e destacado teórico do reintegracionismo lingüístico’.

Trabalho de base e institucionalismo

À margem do papel que se lhe adjudicar, à RAG, e do seu reconhecimento ou nom como herdeira da limpa tradiçom do galeguismo de pré-guerra, a polémica patenteia a importáncia capital que tem o voluntariado militante na conservaçom e difusom da nossa simbologia e legado nacional, no que se incluem autores dissidentes e condenados ao ostracismo, como o próprio Carvalho Calero.

A intelectualidade institucional, excessivamente dependente das escravitudes do funcionariado, dos espaços mediáticos e dos jogos de prebendas e louvanças, nom foi quem de superar os corseletes do politicamente correcto que imponhem os poderes fácticos galego-espanhóis ; a defesa aberta do reintegracionismo ainda está em grande medida penada no mundo cultural, e isto explica a dificuldade de vindicar Carvalho Calero com toda contundência.

O movimento de base superou estas limitaçons. Desde o seu jurdimento a inícios da década de 90, o reintegracionismo popular, que umha década mais tarde cristalizou nos centros sociais, tem pelejado contra vento e maré para pôr nas ruas da Galiza ideias força que enchem de vitalidade e perspectivas o nosso movimento nacional.

Pode-se consultar o manifesto na íntegra aqui.