Por Jorge Paços /

Segundo recolhe a imprensa empresarial na sua habitual linha de compracência e propagandismo, a sede pontevedresa de Ence prepara umha reforma técnica milhonária ‘para reduzir o seu impacto ambiental’. De se consumar, as instalaçons de Louriçám acolheriam umha planta de secado de cortiças de biomassa que serviria para alimentar economicamente a factoria.

Ence fijo pública a iniciativa num comunicado recolhido pola mídia, que sem nenhum tipo de peneira crítica recolhe as declaraçons empresariais : trata-se dum investimento de quatro milhons de euros que visa conseguir ‘até um 75 % de poupança energética e reduzir a emisom de CO2.

Capitalismo verde

Como analisávamos na semana passada, linhas de acçom como esta testemunham umha reformulaçom parcial deste tipo de empresas coloniais, que se preparam já para o que chamam umha ‘economia baixa em carvono’. Além de lavarem o seu danado expediente, lixado por décadas de desfeita do meio, preparam suculentas linhas de negócio relacionadas com o desenvolvimento tecnológico e económico da biomassa, o que na Galiza acarreja o aprofundamento do processo eucaliptizador. Recolhíamos na nossa passada crónica sobre a Ria de Ponte Vedra que Ignacio Colmenares, conselheiro delegado de Ence, manifestou numha palestra em Barcelona que a chamada ‘bioeconomia’ será chave para o modelo produtivo do século XXI. Nesta aposta pola monocultura florestal como base energética, a Galiza teria um papel fundamental, no que supom a condena definitiva a um agro diversificado.

Futuro despexado ?

Ainda há umha pergunta que o leitor ou leitora crítica se fai ante umha nova como esta : porquê Ence afronta um investimento milhonário num momento em que a mudança de governo leva alguns a alimentarem esperanças sobre umha possível revisom à sua prórroga. Como acertadamente apontou Causa Galiza nas suas redes sociais : nom há investimento milhonário sem segurança jurídica. Que ENCE invista agora milhons em Louriçám é a (quase) evidência de o PSOE e a sua obediente filial já transmitírom que nom levantarám à prórroga à continuidade da pasteira.

Nom demoraremos em saber se o PSOE incumpre a sua enéssima promessa.