Por Jorge Paços /

Com ilusom e trabalho voluntário, o espaço que devora o eucalipto pode ir recuando na Galiza. Isso pretendem demonstrar as Brigadas deseucaliptizadoras, iniciativa popular lançada polo colectivo Verdegaia, que utiliza o trabalho em mao comum para recuperar bosque autóctone e jóias patrimoniais. Há dous dias, dúzias de voluntárias e voluntários despexavam o Castro de Bejo, em Dodro, até entom comesto polos eucaliptos.

O povoado galaico de Bejo, chamado ‘As Muralhas’, é umha das mostras patrimoniais mais importantes da desembocadura do Ulha ; e também mais um exemplo entre milhares da nossa riqueza cultural sepultada polo desleixo e ánsia de lucro. Habitado originariamente na Idade de Ferro, e ainda ocupado em época romana, situa-se ao pé do monte Carvoeiro, na aldeia de Bejo. Tem umha dimensom muito importante, mas acha-se mal catalogado. Aliás disso, a sua pedra foi expoliada para construir vivendas em aldeias como Bejo ou Burês.

Contodo, este primeiro passo na sua recuperaçom permitirá umhas vistas privilegiadas do nascimento da Ria de Arousa, quando o Baixo Ulha se funde com o mar. Com a limpeza realizada, impede-se que os lumes contínuos desintegrem o que ainda resta deste jazigo dos nossos devanceiros.

Roga e albaroque

A sessom de trabalho em mao comum decorreu no passado sábado, em parceria com a Associaçom Cultural Unidade Vizinhal de Dodro. Organizado, como é habitual, através dumha lista de brigadistas inscritas previamente, os coordenadores da iniciativa encarregárom-se da comida e da logística. As jornadas de trabalho rematam sempre com um jantar de convívio ou albaroque.

As Brigadas contárom com o apoio da Comunidade Vizinhal em Mao Comum, que tem promovido a redacçom dum projecto de gestom arqueológica. Desde que este projecto é incompatível com a colonizaçom eucalipteira da área, o trabalho voluntário resultou imprescindível.

Antes, no Ribeiro

A limpeza em Bejo foi a segunda iniciativa de trabalho voluntário em apenas duas semanas. A finais de Maio, mais umha Brigada trabalhava arreo no Ribeiro para eliminar pés de acácia ; foi na aldeia de Lentilhe, em Cenlhe. Na comarca do Ribeiro, a praga incendiária fijo proliferar esta espécie alóctone e invasora. No terreno abadonado que trabalhárom -anteriormente em maos da Igreja-, salvarám-se as espécies autóctones, e introduzirám-se froiteiras bravas.

Ao rematar as labouras, as Brigadas organizárom umha palestra formativa sobre o combate à avespa velutina.

Um exemplo

O poder do exemplo de iniciativas como estas estám a demonstrar a importáncia do trabalho duro e do sentido prático para recuperar mais e mais espaços para a nossa Terra e a nossa cultura, superando o extravio dos grandes discursos e da passividade camuflada em pretextos variados, tam habituais no nosso país.

Quem quiger seguir polo miúdo a evoluçom das rogas em distintos pontos do país pode fazê-lo no web de Verdegaia.