Por Joan Ramon Resina (traduçom do galizalivre) /

Nem som apenas os que nem têm a ética mais básica quando, em vez de argumentos, profirem insultos. Certamente, eles som mais excluíntes, mais primários, mais parecidos com socos. Eles nom descrevem, mas alcumam; eles nom pretendem informar, mas deformar; nem para formar, mas para destruir; e nom procuram convencer, mas quebram o rosto de alguém.

Mas também entre os nossos “colunistas” há quem agir esporadicamente recorrendo à aldragem. E mesmo que o façam de maneira mais contida, a intençom é a mesma, assim como as causas. Se a ironia é um sinal de agilidade mental e até elegância, a ofensa e a zombaria apontam para umha fraqueza do raciocínio, umha impaciência de enredo que encurta o entendimento e usa o tópico para superar a dificuldade discursiva. Pelo menos, para fazer com que pareça, porque nunca um insulto nem conseguiu resolver um motivo. É por isso que, quando os ditadores fazem um ato de presença, podemos ter certeza de que a razom foi eclipsada.

A culpa nom é apenas dos colaboradores. As opiniões som adaptadas ao ambiente em que pensam, sugam as expressões e o estilo do meio e as refletem. A relaçom é simbiótica. Um jornalista mal educado, infelizmente, tem leitores mal educados e um leitor rude ocasional tem mais leitores que apreciam a tristeza pontual.

Um dos remédios para a independência intelectual deste país é o elevamento de tom que ocasionalmente divide os artigos de colunistas inteligentes. Ele é muitas vezes confundido por ser crítico com “dar vara”, e a predileçom na acçom verbal com a linguagem pensada é generalizada. Em um extremo, a espontaneidade tende a ser expletiva.

Existem carreiras jornalísticas baseadas em provocações e insultos. Eles estam bem à vista. Mas na imprensa catalã esses casos som raros, mas o truque conceitualmente diluído é frequente. Concernente a isso é um silêncio concessional, e esse laissez-faire é um indicador confiável do nível de civilidade que projeta no público que construímos todos os dias. A propensom à invectiva nem é apenas ou principalmente atribuível a umha estimativa equivocada de auto-estima, nem demonstra vivacidade de espírito. Polo contrário, é um sintoma aberto de impaciência analítica. É o fracasso de respeito, respiraçom ou reviravolta, de ter consideraçom e preocupaçom, ou ao menos se ocupar, da coisa vista. É, em suma, umha deficiência e, portanto, umha simplificaçom.

Coloquei um exemplo relativamente narrado: o uso que alguns dos colunistas de umha certa predisposiçom fazem do termo “épico” para combater o independentismo resolto. Em certos espaços ideológicos, esta palavra é aplicada nom literalmente, mas para mobilizar um punhado de conotações como aqueles que voam pombos. Usado desta maneira, o termo evoca, em primeiro lugar, a imagem de um Gloriosus Miles, como se os independentistas coerentes fossem personagens em umha comédia de Plaute. Em segundo lugar, insinua o gosto por bater num contexto em que a combatividade nom pode tornar-se física, porque a violência é sempre unidirecional. E terceiro, sugere um herói fantasmagórico dos mitos fundadores dos estados-naçom da época romântica.

Mas aqui está o ditado do caçador caçado. Nem é o independentista congruente (com congruência dos fins, da teoria e da práxis) que invoca o épico, mas a independência das inseguranças. Gerenciar épicos para definir umha política de desobediência civil é tam inadequado quanto admitir Homero à República de Platom. Está fazendo mitologia. Poesia. Falar figurativamente nem é ilegítimo; O abuso é sobre levantar a metáfora quadrada, metaforizando a metáfora. Quando um escritor fala com um sorriso de um épico independentismo amador, ele nom o apenas traduz no significado original de epos (“discurso”, “música”) para a idéia de combate, umha associaçom justificada pela tradiçom poética, mas um sentido translatista para colocar a oposiçom pacífica em 1º de outubro, para nos entender. E assim, a partir de umha metáfora sita em uma metáfora, a firmeza é combinada com a fenda. É o mesmo procedimento do nacionalismo espanhol quando transmite os assobios do terrorismo e a crítica de sua violência no ódio ao ódio.

Antes de 1º de outubro, escrevi que a independência só viria se, umha vez proclamada, a obediência a lei espanhola cessasse. Como isso nem aconteceu, apesar de alguns casos de coragem pessoal, é inútil defender umha república que, como a de Platom, nunca foi implementada. É espetacular ver que aqueles que nem estavam com pressa para proclamar a independência, agora têm que formar um governo, apesar dos bloqueios, coerçom e ilegalidade de um tribunal espanhol. Certamente, será necessário recuperar a capacidade de gestom administrativa para tornar a vida do cidadão tolerável, mas afirmar que um governo patrocinado polo 155 será umha ferramenta para construir a república é mover-se no campo da metáfora. Em breve vinculado polo Tribunal Constitucional e muito bem guardado da fiscalia,o governo pós-155 fará umha república da mesma forma que os governos da Convergència fizeram um país. As folhas de pagamento vam ser pagas e nós veremos umha declaraçom de declarações simbólicas

Obviamente, a República venceu em 1 de outubro nas urnas e perdeu 10 nos escritórios. Naquele dia a atençom mundial foi colocada em umha declaraçom que nem ocorreu. A vergonhosa do dia 27 é um referente triste, mas um referente no entanto. Desde a prisom de Puigdemont na Alemanha, a atençom que mais umha vez caiu na causa catalã deixou de acontecer por iniciativa de um povo elevado no pé da democracia, mas pela acçom desajeitada do Estado. É a Espanha que agora tem a iniciativa, e isso é muito perigoso. No momento em que o estado guia o caminho da moderaçom, seja por sua própria percepçom ou por pressom externa, o outono catalão será história. O lento acúmulo de acordos e a ligadura de complicações que alguém denominou “o processo” nem tinham outra finalidade senom a ruptura com a legalidade espanhola.

Falhou em 27 de outubro e terminou em 30 de janeiro com a suspensom da sessom de investidura, esse objetivo está se dissolvendo cada vez mais em um projeto de restauraçom administrado da classe política. “A independência com o horizonte de concordar com um referendo foi o delírio de Juntos pelo Sim e sua derrota, que também estava em pura lógica. Se eles nem sequer conseguiram concordar com os comuns, o que os fez acreditar que desafiarem umha potência colonial lhes daria o instrumento da independência? Como todos os direitos, a autodeterminaçom nom é negociada; Exerce-se ou você está perdido.

E exercê-lo contra um estado que nega implica que viole sua legalidade. Mas direito é sempre superior à legalidade. A lei prescreve, mas existem direitos indispensáveis. Autodeterminaçom é umha delas. Isto foi entendido polo povo em 1 de outubro e é assim que o advogado entendeu que na semana passada e desobedeceu o juiz quando lhe ordenou tirar a fita amarela. Assim, o mecânico de Reus, acusado de ódio por se recusar a consertar o carro de um policial que tinha reprimido a populaçom, e os conselheiros da CUP que se recusaram a comparecer perante um juiz espanhol . E os professores que resistem a esconder a verdade aos e ás estudantes e todos aqueles que salvaguardam a dignidade de todos, rejeitando as ordens de um estado injusto, porque é isso que significa desobediência civil.

E isso é independência, embora alguns a chamem de épica.