Por José Manuel Lopes /

A extrema direita voltou à rua e pujo todos os seus peons em andamento : plataformas ‘cívicas’ em Catalunha engordadas mediaticamente ; grupos de incontrolados a praticarem a (por agora) pequena violência que o Estado nom pode exercer à luz do dia ; e também polícia e guarda civil, que se decidírom a pegar nas faixas e reclamar dos seus superiores um trato de favor. Ao contrário do que acontece com as reivindicaçons da classe trabalhadora, escuitadas depois de suor e bágoas, os profissionais da violência obtivérom bem aginha o mais essencial que reclamavam. O Estado mima os seus guardiáns ; quere-os leais para tempos incertos e mui possivelmente cheios de brutalidade e injustiça.

Os negociadores dos corpos policial e militar venhem de fazer pública a conquista dum substancial aumento salarial, depois de meses de pressom na rua e denúncia duns alegados privilegios da segurança basca e catalá. Assim, um guarda civil vai ganhar 720 euros mais ao mês, e um polícia 561.

Por enquanto, essas som as cifras que aparecem no rascunho de negociaçom manexado por Ignacio Zoido ; o ministro desconsidera revindicaçons ‘sociais’ (como a reserva ou a segunda actividade), mas em troca destina 500 milhons de euros a ambos os corpos. O PP admite a possibilidade de pagar a agentes em segunda actividade, ou actualmente na reserva, se passarem a um posto activo sem perigosidade.Em três anos, a suba de gasto público nas duas forças repressivas acadará os 1100 milhons de euros.

A Associaçom Unificada de Guardas Civis, por boca do seu vozeiro Alberto Moya, celebrou a proposta : ‘por fim o governo chega à conviçom de os polícias e guardas civis tenhem que estar totalmente equiparados com as polícias autonómicas’, manifestou.

Umha leitura política.

Qualquer leitura economicista, ou ainda presa de variáveis meramente eleitorais, ficaria muito curta. A ninguém se escapa que todos os analistas do regime tenhem tracejados horizontes de futuro de crescente imprevisibilidade, também na geopolítica internacional ; o curte de direitos, a fascistizaçom à alça e a recentralizaçom do Reino precisarám de mais pau que de cenoura.

É por isso que as forças repressivas som o único sector social que se livra do curte de direitos que padece toda a populaçom assalariada. A adesom incondicional ao regime está assegurada para uns corpos que, entre outras funçons, tivérom o papel histórico de esmagar e disolver o independentismo galego com a máxima energia.