Por José Manuel Lopes Gomes /

Carlos Rivas e Serafín Rodríguez som obreiros galegos e enfrentam um tratamento severo e rigoroso da lei, mui distante da benevolência que recebem políticos do regime, militares e polícias; na mesma semana em que transcende que os guardas civis responsáveis de torturas aos militantes bascos Mattin Sarasola e Igor Portu ficam impunes (apesar de as instáncias europeias reconhecerem os maus tratos), parte da nossa sociedade volverá a manifestar-se em favor de que dous vizinhos de Vigo nom paguem com prisom a sua acçom sindical. Três anos depois da sentença, Carlos e Serafín aguardam um indulto que ainda nom chega.

Ambos os trabalhadores vírom-se envoltos num processo judicial pola sua alegada participaçom num caso de violência obreira na greve do transporte de 2008, onde grupos de trabalhadores tencionárom parar com pedradas os veículos que nom secundavam as reivindicaçons laborais. A justiça espanhola condenou-nos a três anos de cadeia, seguindo a linha punitiva que procura dissuadir com multa ou prisom qualquer intervençom decidida na reivindicaçom popular.

Neste caso, o apoio social a Carlos e Serafín, aliás da sua participaçom sindical, erguêrom um muro solidário que levou aos mais a pensar na iminência do indulto : o concelho de Vigo, a deputaçom pontevedresa, mesmo o parlamentinho galego, aderírom a petiçons neste sentido ; polo que a medida de graça com ambos os sindicalistas sente-se como um verdadeiro clamor popular.

O escándalo que deixou de sê-lo.

A perda de legitimidade do sistema judicial espanhol é tam acelerada, que umha certa sensaçom de fatiga pode explicar a dessídia popular na hora de reagir aos atropelos dos togados. Num curto período de tempo, a populaçom do Reino de Espanha viu como gozavam da liberdade (por vezes trás temporadas mínimas de prisom preventiva) persoeiros inculpados tam impopulares como Iñaki Urdangarín, Rodrigo Rato, Francisco Granados, Luís Bárcenas…e como sucessivas fornadas de profissionais da repressom, condenados por tribunais espanhóis em casos de torturas recebiam o perdom governamental ou a absolviçom em tribunais de segunda instáncia.

Com este pano de fundo, resta por vermos qual a decisom política final sobre a liberdade de dous trabalhadores, socialmente comprometidos, combativos e filiados a sindicatos ; se a decisom final é favorável à puniçom, o PP demonstraria-se disposto a cruzar a última linha vermelha e a apresentar-se já sem rubor ante a opiniom pública como um partido de extrema direita que abandonou de vez os formalismos democráticos. Em caso de se conseguir o indulto, patentearia-se a eficácia dumha pressom social ampla contra juízos políticos nom excessivamente conotados com os ‘inimigos do sistema’.

Concentraçom.

Com o intuito de inclinar a balança cara o lado da justiça e dos direitos elementais, a CIG, junto com as corporaçons sindicais espanholas maioritárias, vem de anunciar a convocatória de umha nova manifestaçom pró-indulto na cidade olívica. Será na vindoura quinta feira 22 de Fevereiro, às 18,30 em Via Norte.