Por Xavier Díez (traduçom do galizalivre) /

Os meios, ou o silenciárom, ou passam de pontas em pés: o contra-ponto às mobilizaçons pacíficas de milhons de cidadaos pola independência, ao primeiro, e pola democracia arestora, foram operaçons de caça contra pessoas, escolas, meios de comunicaçom, protagonizados pola ultradireita. Até há uns dias havia registadas 107 pessoas feridas (nota da traduçom: este artigo foi redigido no Novembro passado), cifra na que se incluem malheiras, paus, traumatismos e feridas, ao que cumpre ainda acrescentar operaçons de vandalismo contra propriedades privadas; além disso, houvo insultos, ameaças ou intimidaçons contra os nossos legítimos representantes políticos.

Eu, como historiador, protesto contra a etiqueta doada de «ultras». Apesar de as diversas imagens de agressons e agressores amossarem tipos bem conhecidos entre neonazis, falangistas, skin-heads ou queques com esvásticas tatuadas, ou que mesmo se puidera registar a presença de polícias espanhóis fora de serviço, ou políticos de partidos com representaçom parlamentar em acçons agressivas, a realidade é umha outra: nom som ultradireitistas, som paramilitares.

A tristeira e deprimente história da Transiçom patenteia como, na fim do franquismo, as forças repressivas fixérom um esforço de encaixe nos novos costumes democráticos, e preferírom entom subcontratar ou privatizar a violência. O caso do assassinato dos advogados de Atocha, o atentado a El Papus ou Montejurra som diversos exemplos. A chamada «batalha de Valência», onde o blaverismo adquiriu o monopólio da violência urbana, é um outro exemplo. E, para aqueles que ainda tempos um chisco de memória, na Barcelona dos finais dos setenta e inícios dos oitenta, nom era raro assistir às caçatas indiscriminadas de comandos de feixistas. Esta violência ficou sempre impune. O caso de Guillem Agulló é ainda um escándalo que clama ao céu.

Portanto, os verdadeiros episódios de violência que estamos a viver nestes dias estám a ser protagonizados por grupos que, apesar de terem certa estética ultradireitista, na realidade agem, conscientemente ou nom, como paramilitares a fazerem o trabalho sujo dum Estado que vê, entre indignado e amedonhado, que perde o controlo da rua. A prova disto todo, é que ainda nom há demasiada consciência de detençons destas pessoas das que, graças ao valor e ao rigor de jornalistas como Jordi Borràs, conhecemos nomes, apelidos, trajectórias, vencelhos, e até mesmo os programas de «first dates» nos que mostrárom a sua fachenda.

É por isso que Borràs, o foto-jornalista do bairro de Gràcia, deve de ser o homem que tem recebido mais ameaças de morte de todo o país. Se falássemos de ultradireitistas, iriam ser simplesmente detidos e encarcerados, como acontece em qualquer país normal. Que houver passividade policial enquanto agridem pessoas (nom por acaso, com certa predilecçom polos residentes alheios com cara de africanos) demonstra conivência, a mesma que permite que um dos assassinos dos advogados de Atocha fixer, «curiosamente», de assessor da polícia espanhola.

É certo que muitas destas pessoas utilizam pessoas mentalmente eivadas, nomeadamente entre o lumpem dos bairros aditos ao nacionalismo banal, o machismo galhofo e as carências curriculares. Também é certo que as rázias que atacárom Catalunya Ràdio e apavorárom umha escola no 27 de Outubro vinham justamente dumha das áreas mais abastadas de Barcelona. Porém, o que fam, encaixa com umha definiçom do dicionário da Real Academia de la Lengua Española: “Sucesión de actos de violència ejecutados para infundir terror; actuación criminal de bandas organizadas, que, reiteradamente, y por lo común de modo indiscriminado, pretende crear alarma social con fines políticos”. Daquela, estes centos de indivíduos praticam o terrorismo impunemente pola rua, namentres pessoas honradas estám hoje na cadeia.

*Publicado no blog de Xavier Diez.