Por Jorge Paços /

Por muito esforço que fixermos na procura, dificilmente daremos com umha iniciativa melhor sucedida -e tam rapidamente espalhada- do movimento popular. A figura do Apalpador, resgatada polo estudioso José André Lôpez no Portal Galego da Língua, e logo lançada às ruas pola Gentalha do Pichel, goza já dum merecido espaço na Galiza.

Contra a invasom de figuras foráneas, mercadorias baratas e alumados esbanjadores, o modesto carvoeiro fala dum outro Natal para as nossas crianças. Quem quiger seguir o rasto do Apalpador nestes dias, mas sete ou oito anos atrás, provavelmente visitaria os webs dos centros sociais que dinamizam a cultura de base da Galiza; hoje, em 2017, o gigante carvoeiro do Courel pode topar-se em sítios mui diversos.

Um Apalpador na base.
Obviamente, o Apalpador segue a mover-se com toda comodidade nos seus espaços primigénios. Toparemo-lo nesta sexta feira nos principais centros sociais do país, nomeadamente nas zonas urbanas; nalguns casos, a actividade é partilhada com as escolas de ensino galego Semente; noutros, caso do CS ferrolao Artábria, dinamizam-se outras iniciativas, como o concurso escolar “Conhecendo o Apalpador” que premia a melhor reproduçom do carvoeiro por parte das rapazas e rapazes da comarca. No Salnês, a associaçom “Enxebre” artelhou desde o passado fim de semana umha “aldeia do Apalpador” para ser visitada por pais, maes e filhos.

As instituiçons também presentes.
Mas tampouco as instituiçons -nomeadamente os concelhos- viram as costas à personagem senlheira do Natal galego. É habitual o Apalpador percorrer os locais sócio-culturais municipais em distintos dias das férias escolares, e assim acontecerá em concelhos como Compostela. E mesmo instituiçons tam controvertidas como a Cidade da Cultura acolherám a figura, numha sessom de aforo limitado nos finais deste Dezembro.

Por fim no Courel.
E embora dumha óptica maiormente urbana se adoite esquecer, o Apalpador estivo agora quase ausente do seu verdadeiro berço: o Courel. Assi o manifestou à imprensa local a tenente alcalde de Folgoso: o concelho, junto com a associaçom Fonte do Milagro, organiza este ano o recebimento ao carvoeiro na Devesa da Rogueira e no lugar de Moreda. Será o 30 de Dezembro. “Muita gente dizia que o Apalpador visita muitos sítios da Galiza, mas nom vem ao Courel”, declarou a concelheira.

Bibliografia em aumento.
Ainda há outro dado que revela o novo lugar que ocupa o carvoeiro na nossa cultura mais recente: o número de livros que se lhe tenhem dedicado. Autoras e desenhadores como Leandro Lamas, Xoán González Otero, Manuel de Castro, Mar Ameijeiras, Lua Sende, Alexandre Miguens, Carlos Labraña, Carlos Cabaleiro, Diego Bernal, Jorge Rodrigues de Gomesende, Xurxo Valcárcel, Pepe Carreiro, Fernando Cimadevila ou José Ángel Ares tenhem versionado e popularizado a personagem. A própria Gentalha do Pichel tem editado um livro colectivo no que narra o processo de recuperaçom da sua figura. Além destas achegas, o Apalpador chegou mesmo aos cenários teatrais de maos de companhias como Cachirulo.