Por Ana Macinheira /
O movimiento sufragista británico nasce na segunda metade do século XIX para luitar polo reconhecemento do direito ao voto para as mulheres.
No 1832 apresenta-se no Parlamento Británico a primeira petiçom de voto para as mulheres, que foi rejeitada. A partir de 1866 levam-se adiante várias petiçons à Cámara dos Comúns e à Cámara Baixa no respeitante ao direito ao voto das mulheres, muitas delas apresentadas polos deputados John Stuart Mill, Henry Fawcett e Jacob Brigt , grandes aliados do movimento sufragista. Este último assegurava “se os comícios carecem de efeito, se a expressom precisa e quase universal da opiniom nom tem influência nem na Administraçom nem no Parlamento, inevitavelmente as mulheres buscarám outros sistemas para assegurar-se esses direitos que lhe som constantemente rejeitados”.
Nom lhe faltava razom, pois as sufragistas passárom à acçom direta depois de muitos anos vendo a ausência de resultados da estratégia moderada. Emmeline Pakhurst irá criar com outras mulheres a Women´s Social and Political Union, as suas membros seriam conhecidas como “suffragettes”. Além dos tradicionais métodos de protesto e propaganda: manifestaçons e comícios, estas mulheres adoptárom métodos de luita mais contundentes: realizárom sabotagens, incendiárom comércios, sabotárom as vivendas de políticos e membros do Parlamento…
“Tenhem-nos sem cuidado as vossas leis, cabaleiros, nós situamos a liberdade e a dignidade da mulher por riba de todas essas consideraçons, e imos continuar essa guerra como o fixemos no passado; mas nom seremos responsáveis da propriedade que sacrifiquemos, ou do perjuízo que a propriedade sufra como resultado. De todo isso será culpável o Governo, que a pesar de admitir que as nossas petiçons som justas, negam-se a satisfazê-las”. Emmeline Pankhurst.
Esta radicalizaçom levou muitas delas à prisom, onde exigírom que se lhes ter reconhecido o estatus de “presas políticas”. À brutal repressom à que eran submetidas respostárom com Greves de Fame indefinidas; o Governo chegou mesmo a alimentá-las de forma forçada e criárom a “Lei do Gato e o rato” , que consistía em que as sufragistas seríam postas em liberdade quando o seu estado de saúde fosse realmente grave, mas no momento em que se recuperassem iam ser detidas de novo e voltariam à cadeia.
A luita das sufragistas nom era só polo Direito ao voto, mas consideravam que umha vez conseguido este poderiam lograr umha igualdade em sentido mais amplo, mudando as leis e as instituçons dende os Parlamentos. Reivindicárom também o acesso a estudos superiores, direitos civís, poder administrar os seus bens (um marido podía “alugar” à sua esposa e cobrar e administrar ele o dinheiro ganhado por ela)…
“Com o sufragismo o feminismo aparece pola primeira vez, como um movimento social de carácter internacional, cumha identidade autónoma teórica e organizativa. Ademais, ocupará um lugar importante no seio de outros grandes movimentos sociais, os diferentes socialismos e o anarquismo”.