Marcos Garrido/

Grande parte do poder que Estado espanhol e Capital detentam sobre as nossas vidas nom provém da força bruta das suas polícias e exércitos, senom que lho entregamos nós, de forma mais ou menos voluntária, ao delegarmos neles a gestom das nossas necessidades. Umha política que se proponha libertar a naçom desses grandes inimigos tem que ser consciente de que leva as de perder, se antes e durante a luita nom consegue recuperar o controlo popular destes espaços.

Começamos com este umha série de artigos onde repassamos as ferramentas colectivas já existentes que nos libertem da ditadura dos oligopólios.

A indústria eléctrica

O invento que mais tem transformado o mundo infiltra-se na vida das pessoas as vinte e quatro horas do dia, provocando-nos umha dependência incomensurável. Isto, que é mau e que daria para umha reflexom adicional, agrava-se polo facto de a produçom e comercializaçom de electricidade estar em maos de um oligopólio de mui pouquinhas empresas, transnacionais de recursos incalculáveis e intimidade vergonhosa com o poder político. O intercámbio de favores entre eléctricas e Estado e as portas giratórias dos seus conselhos de administraçom dam boa conta dessa cumplicidade, que faz com que a electricidade, necessidade básica da populaçom, se tenha tornado umha terrível arma política contra os povos. O caso catalám, com Gas Natural a atuar ao ditado do governo de Madrid, é muito ilustrativo disto.

Geraçom

No ámbito da produçom de eletricidade a esperança reside nas tecnologias de geraçom local e a pequena escala, que tenhem antecedentes mui relevantes na Galiza de princípios do século XX, por exemplo na construçom comunitária de saltos de água e tendidos vicinais. Novas tecnologias como a fotovoltaica ou os pequenos moinhos de vento podem ensaiar-se a atualidade, abrindo oportunidades para umha eventual autosuficiência.

Porém, estas iniciativas estám proscritas pola lei, já que o Estado espanhol, num fenomenal favor às eléctricas, proibiu a produçom para autoconsumo, obrigando a todo aquele que tenham umha placa solar a vender a electricidade produzida ao mercado geral.

Comercializaçom

Umha vez que a legislaçom segregou o mercado elétrico em geraçom e consumo, abriu-se a possibilidade de que os consumidores deixem de pagar as facturas ao oligopólio e criem associaçons próprias. Essa linha é a que se está a ensaiar com maior sucesso, especialmente da mao da cooperativa Nosa Enerxia.

Nosa Enerxía

Nosa Enerxía é umha cooperativa de consumidores sem ánimo de lucro, pertencente à economia social e com vocaçom clara de combatir o oligopólio. Qualquer casa ou negócio podem dar-se de baixa de Fenosa e contratar a energia com esta cooperativa, algo que do Galizalivre animamos encarecidamente a fazer. Na atualidade há cerca de meio milhar de sócios participando no projeto, entre eles as escolas Semente, a cámara municipal de Moanha (BNG) e o grupo municipal Lugo Novo (das Marés). Mesmo o partido Esquerda Unida está a realizar umha campanha de apoio.

Para “desenchufar-se” de Fenosa nom é necessário nengumha obra nem manipulaçom da instalaçom, é somente um trámite que se pode realizar por internet. Primeiro hai que fazer-se sócio da cooperativa, achegando 100€ (que serám devoltos no caso de baixa), e a partir daí já só resta cobrir o formulário de contrataçom de suministro que figura na sua página web.

Nosa Enerxía, como cooperativa, está administrada polos próprios sócios, ainda que nom se exige militáncia ativa para ser membro. Felizmente hai quem si a pratica, ocupando-se das tarefas administrativas, da difusom do projeto em palestras e feiras, etc.