Por Jorge Paços /

A preocupaçom a pé de rua polo colapso ambiental, por enquanto muito cativa, vê-se ratificada acada passo por opinions autorizadas. Nesta semana foi o economista alternativo Alejandro Nadal quem, desde México, propunha contabilizarmos os anos que nos arredam do desastre definitivo no planeta, de nom mediarem medidas radicais para reorientar o sistema produtivo.

O cientista social mexicano afirma que a quota de emisons anuais que a Terra pode aturar é perfeitamente medível; e de se sobardar, a Humanidade no seu conjunto iria entrar num cenário de absoluto descontrolo onde viraríamos vítimas indefesas de fenómenos colossais e incontroláveis.

Na mesma linha de toda a comunidade científica -com a pequena exceçom negacionista arredor da extrema direita norteamericana-, Nadal adverte do “efeito inércia”; isto é, que dada a longa permanência dos gases causantes do efeito estufa, ainda que hoje detivéssemos as agressons à natureza, a mudança climática iria seguir o seu curso. A gravíssima ameaça é carregar o mais mínimo um nível de acumulaçom de dióxido que já beira a catástrofe. Vivemos num copo cheio até o topo que aguarda mais umha pinga para rebordar de vez.

O quinto informe do Panel Intergovernamental da Mudança Climática (IPCC) concluiu que apenas mantendo o aquecimento global por baixo dos 2ºC, os seres humanos e o resto de seres vivos iam poder continuar a sua existência com certa normalidade. Mas prevê-se que em menos de duas décadas -exatamente em 2037- a loucura produtivista levará a um aumento da temperatura global por cima dos 2º tam temíveis.

Encaminhamo-nos, de nom puxar do travom de emergência, com um cenário marcado pola extinçom massiva de espécies, umha queda importantíssima da produçom agro-pesqueira, secas extremas, e fenómenos naturais tremendamente violentos, como trovons ou anegamentos massivos.

Os científicos mais prudentes já analisaram que mesmo um aumento de 1,5º ia ser difícil de gerir; pensemos que desde meados do século XIX, a suba de temperaturas da Terra ‘só’ acadou os 0.85º, e os efeitos patenteiam-se dramaticamente.

Acordo de Paris, nom vinculante.
Desde que a grande empresa manda e o consumismo de massas é o horizonte almejado de maneira quase unánime, os Estados apenas apontam pequenas medidas de todo ineficazes. Do Acordo de Paris apenas saírom compromissos ‘voluntários’ de cada país, medida cosmética que só a custo tapará o desastre que se avizinha.

Segundo Climate Action Tracker, existem estados, caso da Rússia ou os Estados Unidos, cujas emissons de gases de efeito estufa iriam levar a aumentos de até 4ºC; potências orientais como a China ou o Japom conduz para um hipotético aumento de 3ºC. A ‘modélica’ Uniom Europeia sostém também umha política económica que iria permitir subas da temperatura entre 2ºC e 3º C. Apenas a Índia e quatro pequenas economias se mantenhem dentro dos limites do sensato.

19 anos, 50 dias. Alternativas?
Essa é a conta atrás que no dia de onte apresentou Alejandro Nadal como chamada de atençom neste comboio que caminha sem travons cara nengures. A ninguém se lhe escapa que num modelo capitalista de crescimento infinito, a condena final está assinada.

Os movimentos populares ecologistas e revolucionários no Planeta apontam a superaçom radical do sistema económico para a reversom desta tendência cara a desfeita. Estamos a tempo de tal cousa? Enquanto o momento nom chega, grupos, pequenas coletividades ou projetos locais argalham vias decrescentistas para ensaiarem formas de vida razoáveis e austeras que pudessem afrontar a catástrofe que aí vem.