Por Maria Álvares Rei /

A comparecência de Carles Puigdemont em Bruxelas vem de pôr o conflito entre Catalunha e Espanha no primeiro plano, como testemunha a cobertura mediática mundial. Apenas a douscentos metros do Conselho da Europa, o representante da nova República manifestou a sua vontade de continuar politicamente activo ‘em condiçons de segurança que em Espanha nom existem’. Embora os Estados mais poderosos de ocidente continuam sem dar passos, com declaraçons calculadamente ambíguas, o independentismo confia em que o reconhecimento da República chegará a força de persistência.
Acompanhado de sete conselheiros e conselheiras, Puigddemont salientou que nom pretendia ‘nenhuma ingerência nos assuntos internos belgas’, e que se limitava, como cidadao da UE, ‘a circular livremente polo seu território’. Embora nom se definiu com um exilado, si mentou o a ameaça de ser processado por ‘rebeliom’, delito penado com até trinta anos de prisom.

Como era sabido, o processo independentista está longe de decantar-se: ‘isto vai ser longo’, transmitiu o presidente à cidadania catalá; o choque de duas legalidades e duas legitimidades políticas está apenas a dar as suas primeiras manifestaçons, sem que ninguém poida assinalar com certeza qual vai ser o desenlace.

Os representantes da nova República anunciárom que vam concorrer às eleiçons convocadas por Espanha, ainda rejeitando frontalmente todo o relacionado com o artigo 155. Chamárom a evitar cuidadosamente ‘qualquer deriva para a violência’ e dixérom precisar ‘a intervençom da Europa’.

Indecisom internacional.
De cauta e conservadora pode qualificar-se a posiçom da comunidade internacional, abanando entre a simpatia tímida e o rechaço a Catalunha. Guy Verhostaf, ex-primeiro ministro belga e deputado no parlamento europeu, acusou Puigdemont de ‘ter deixado a Catalunha no caos’; a exceçom está a ser boa parte da classe política flamenca, claramente alinhada com o independentismo, e em certo sentido animadora da escolha de Puigdemont. Peter Luiykx, deputado do parlamento belga e presidente do ‘grupo de amizade’ que esta instituiçom criou em apoio à Catalunha advertiu que ‘de Espanha podemos agardar qualquer cousa’. Ainda, matizou, como o cenário da violência está fora das opçons possíveis, ‘Espanha nunca se vai atrever a umha soluçom militar’.

Direita e esquerda, antes de mais espanholas.
O PP nom demorou em qualificar de ‘ridícula’ a comparecência de Puigdemont, na linha de nom reconhecer nenhum passo dado pola República catalá; enquanto o partido da extrema direita se congratulava pola volta de Freixenet a Catalunha ‘baixo a segurança do 155’, o Conselho de Ministros reunia-se de maneira extraordinária para abordar a crise catalá e as iminentes eleiçons.

Por sua banda, a esquerda institucional espanhola segue presa das suas ataduras ao Estado: Alberto Garzón, coordenador de IU, qualificava a intervençom de Puigdemont como ‘surrealista’, produto ‘de nom ter plano e nom manexar alternativas’; e Dante Fachín, representante de Podemos na Catalunha denunciava mais umha vez a intervençom do aparelho madrileno na estrutura do Principado.