Por Antia Seoane /

A relaçom entre o desenvolvimento do pratriarcado e do capitalismo está bem estudada e a feminizaçom da pobreza fica patente com qualquer dato estatístico que se analisar, bem seja a tasa de paro, de ocupaçom, de salários, o risco de exclusom social,… Além da dupla jornada laboral que tenhem que afrontar as mulheres que vivem dum trabalho assalariado, este adoita ser mais precário que o dos homens, e neste sentido, o trabalho em lojas de têxtil caracteriza-se pola temporalidade e por estar ocupado maioritariamente por mulheres. Além disso, as suas demandas laborais, sendo mesmo mais evidentes, som silenciadas com maior frequência.

Na passada segunda feira, o comité de empresa de Bershka na província de Ponte-Vedra, anunciava a convocatória dumha grêve indefinida a partir do dia 26 de Outubro em todas as tendas que a empresa, pertencente ao grupo têxtil Inditex, tem na província. Segundo informava a CIG, o seguimento durante os primeiros três dias da greve foi do 100 % e aguarda-se hoje mesmo continuar na mesma linha. As trabalhadoras concentravan-se diante das portas das tendas para protestarem polas suas condiçons laborais.

As demandas
O motivo da greve é a melhora das condiçons laborais das trabalhadoras para conseguir apenas a equiparaçom com as que já tenhem as suas companheiras na província de A Corunha. Entre as demadas que há acima da mesa estám questons em relaçom à jornada laboral, um aumento das retribuçons, a melhora nas condiçons das férias, excedências e permissos e dias livres para a latáncia.

Solicitam o aumento da jornada do 15 % do total das horas complementárias feitas no ano. Em relaçom às retribuiçons, entre outras medidas, pedem um incremento de 80 euros ao mês para todas as jornadas, um incentivo para as responsáveis das lojas, que tem como objectivo um reconhecimento da sua responsabilidade, um abono no mês de Setembro para ajuda escolar e umha paga extra por nascimento ou adopçom. Também reclaman melhoras das condiçons das excedências voluntárias, um permisso nom pagado de entre 15 dias a 3 meses e ano, um sábado livre por mês e garantir para todas as empregada duas semanas de férias nos meses de Julho e Agosto. Em relaçom à latáncia, exigem o dereito a 35 ou 39 dias naturais para as trabalhadoras em funçom da jornada laboral.

A situaçom também se dá noutra empresa do grupo Indtex, Kiddy’s Class, polo que nom desbotam a opçom de convocar protestos também na tenda de roupa infantil.

Solidariedade
Em solidariade com as trabalhadoras de Bershka, noutras tendas do grupo têxtil houvo mostras de apoio. Por exemplo, nas tendas de P&B a petiçom das suas responsáveis, dérom-se açons de compra-devoluçon para colapsar as caixas. Estes feitos provocárom que a polícia espanhola se posicionase umha vez mais do lado do capital e acudisse a estas tendas, identificando as pessoas que estavam a protestar.

Silêncio mediático
Inditex é a grande protegida da prensa empresarial galega e para mostra, no jornal de maior tiragem em Galiza na ediçom de hoje, 30 de Outubro, nom há nem umha só referência sobre esta greve. Mas o que sim sabemos graças a este jornal é que o seu fundador e maior accionista, Amancio Ortega, receberá este ano um total de 1.256 milhons de euros em dividendos, um 13 % mais que no passado ano.

Tampouco há que esquecer que o mesmo jornal, quando Zara, marca insígnia do grupo, foi sancionada em Brazil por trabalho escravo e obrigada a pagar 1,5 milhons de dólares, convertia a sançom por escravitude mumha colaboraçom da empresa contra a escravitude e titulava a nova da seguinte maneira “Zara aportará 1,5 milhons de dólares para combataer a excravitude e exploraçom infantil em Brazil”. Convertia umha multa e sançom, difundida como tal pola Fiscalia laboral de Sao Paulo, numha achega voluntária, num ato de solidaridade.